Tuesday, May 24, 2016

Receitas da internet - Scones


Nunca fui fã de scones, talvez por a maioria que encontramos nos cafés, serem secos e sensaborões. Mas quando estes pãezinhos doces são feitos como deve ser, ui ui! Acabados de sair do forno, ainda quentes e barrados com manteiga! E recheados com queijo, fiambre ou doces e compotas...ai ai ai ai ai! E nem vos conto sobre o perfume que sai do forno durante a cozedura! Portanto, terei que me curvar perante a sapiência de quem facultou esta receita na internet! Não sei se a receita é da moça ou da avózinha, ou se ela a copiou de outro lado, mas foi no site Mumbles and Rumbles que a encontrei. Trago-vos mais uma receita à prova de mãos inábeis ou pouco experientes. Estes scones são infalíveis e merecem estar aqui no blog. Já os fiz 3 vezes e correu sempre bem. A última experiência que documentei para partilhar aqui, teve como resultado uns scones bem altos, fofos no interior e uma crosta ligeiramente crocante. Comi um mal saiu do forno e tive que me conter para não atacar outro. Devo avisar que a massa não é leve com bolhinhas de ar, é maçuda mas fofa e tem tendência a desfazer-se em migalhas, de tão amanteigada. Um scone tem de ter substância! Se acharem que custa a deglutir, principalmente quando o  scone já arrefeceu muito ou é do dia anterior. aqueçam no microondas por uns segundos e fica como novo! Quanto aos ingredientes, a receita pede thickened cream, ou seja, uma nata à qual é adicionado um agente espessante. Eu usei nata Mimosa para bater com 35% de gordura e que tem um espessante, o E401 (originário de uma alga, caso estejam curiosos) e o iogurte escolhi do tipo grego, que é mais encorpado que o iogurte normal.  Agora vou relatar como fiz os scones, embora vos tenha dado o link e o vídeo da receita original. Os meus ingredientes não respeitam as doses indicadas no site, fiz uns ajustes.

Ingredientes
540 gr. de farinha
1 colher de chá de sal, rasa
5 colheres de açúcar amarelo
160 gr. de manteiga fria
2 dl de nata para bater (usei Mimosa com 35% de gordura e espessante)
1 iogurte grego (aprox. 125 gr)
Leite para pincelar

Preparação :
Numa tigela, coloquei a farinha, sal e as 5 colheres de sopa de
açúcar, juntamente com a manteiga fria cortada em cubos (1). Com os dedos, esmigalhei grosseiramente a manteiga, esfregando-a contra a farinha com os dedos e a palma das mãos. É um processo rápido, não se assustem. No fim fica uma mistura areada, com pedacinhos de manteiga no meio da farinha, sem estar totalmente envolvida e é esse o objectivo (2). Depois juntei a nata, à qual tinha adicionado previamente o iogurte, e envolvi suavemente na farinha com uma colher de pau. Já com as mãos, amassei delicadamente os ingredientes até a massa ficar manejável. Aliás, amassar talvez não seja a palavra correcta, eu juntei os ingredientes. Não trabalhem a massa como se estivessem a fazer pão, senão fica tudo ligado, a manteiga entra totalmente na farinha e os scones ficam panquecas depois de cozidos. Se  a mistura estiver seca e ficar demasiado quebradiça, adicionem pingas de água, mesmo muito pouca de cada vez e continuem a juntar a massa até uma consistência em que vejam que é possível formar os bolinhos. Se repararem na foto (3), a textura é um pouco grosseira, parece que os ingredientes não estão bem ligados. Porque a manteiga não deve ficar totalmente envolvida na massa, devem permanecer pedacinhos visíveis, que vão ajudar os scones a crescer no forno. Estou a ser repetitiva, eu sei, mas é uma informação importante e quero que fique bem explicadinha! Com a massa já no ponto, coloquei-a na bancada da cozinha, polvilhada com farinha, e espalmei a massa com as mãos, num rectângulo alto e assim pró imperfeito, que não é preciso estarem com mariquices (vejam a foto pequena). Dobrei a massa como se fosse um livro e voltei a espalmar da mesma forma. Mais uma vez, dobrei e espalmei e outra vez o mesmo processo. Ao todo, umas 4 dobras e espalmadelas. As espalmadelas são suaves, não se ponham a dar murros na massa. Ela é molinha, portanto cede facilmente. No fim, a massa deve continuar alta! Com um cortador de bolachas, moldei os scones e coloquei-os num tabuleiro polvilhado com farinha. A foto (4) mostra o scone cortado e vê-se bem as camadas de massa resultantes das dobras. Por fim, pincelei os scones com leite e levei ao forno a 200º. Nesta fase de cozedura, cada um de vocês tem que tomar atenção aos scones porque os fornos não são todos iguais e uns têm ventilação, outros não, uns são a gás, outros eléctricos, e até as temperaturas divergem. Eu começo por cozer os scones a 200º mas quando vejo que estão a ficar escuros, tapo-os com alumínio e deixo cozer mais um pouco. Ao todo, leva uns 20 minutos. Deixo-vos aqui o vídeo, caso prefiram acção e menos conversa ou tenham alguma dúvida. Até breve!

Friday, May 20, 2016

Doce de nêspera


Como já perceberam, fazer doces de fruta não tem nada que saber. Portanto, não me vou alongar muito a explicar como fiz. Tenho outros posts aqui no blog sobre a confecção de marmelada e doce de abóbora, com fotos explicativas, que podem ajudar quem ainda não se aventurou nestas andanças. Eu usei 1960 kg de nêsperas. Foi com quanto eu fiquei depois de as arranjar. E quando digo arranjar, refiro-me a retirar o caroço e o (desculpem lá) "cú". A casca foi todinha para o tacho, apenas retirei partes que estivessem com alguma textura esquisita ou objecto estranho. E como a passarada gosta de se empoleirar na árvore e todo o cuidado é pouco, antes de as arranjar, lavei as nêsperas em água corrente e abundante. Coloquei-a num tacho largo com 450gr. de açúcar, casca de um limão e sumo de dois. E foi assim para o lume até ficar tudo bem cozido e a calda reduzida. Antes de apagar o lume, passei a varinha mágica na fruta, apenas para esmagar partes, tive o cuidado de deixar pedaços inteiros. Deixei ferver mais uns 5 minutos e passei o doce para os frascos esterilizados. Ficou bem bonitinho! Falta ir agora fazer uma fornada de scones para provar o doce! Fica para a semana. Até breve!  

Thursday, May 12, 2016

Queques de coco e cereja


Cerejinhas! Gorduchas e suculentas! Estas são conservadas em calda maraschino. Hei-de fazer com cerejas frescas, apesar da Primavera estar a ser madrasta para estas lindas frutinhas. De qualquer forma, esta versão de conserva é um bom substituto. Eu gosto do paladar e são "licorosas", têm uma calda espessa e bem açucarada! Falta saber onde encontrar todo o ano. Eu comprei no Lidl por altura do Natal mas como há certos produtos que aparecem apenas durante determinadas festividades, nem sei se continua disponível à venda. Lá terei que fazer eu mesma as minhas cerejas em calda e afogá-las nalgum licor saboroso. Mas isso será lá mais para a frente. Agora vou dar-vos esta simpática receita de queques fofinhos e saborosos.

Ingredientes
4 ovos
1 iogurte natural
2 copos de iogurte de farinha
2 copos de iogurte de açúcar mascavado
3/4 copos de iogurte de coco ralado
1/2 copo de iogurte de óleo de girassol
raspa de 1 limão
açúcar baunilhado
Cerejas em calda (de preferência maraschino)
Fermento royal q.b.

Preparação
Numa tigela, colocam o iogurte natural e, depois de terem lavado e secado o copinho, juntam 2 copos de açúcar e 1/2 de óleo e misturam muito bem. Separam as gemas das claras e reservam estas últimas para serem batidas. As gemas são adicionadas à mistura de açúcar, assim como o coco ralado, a raspa de limão e a baunilha. Batem vigorosamente e depois envolvem a farinha e o fermento e, por fim, as claras em castelo, com movimentos delicados para não abaterem. Distribuem a massa pelas formas de queques bem barradas com manteiga e em cada uma colocam 3 cerejas e salpicam a massa com calda. Eu confesso que as minhas cerejas afundaram na massa, como podem ver pela foto. Mas eu até nem me chateei e virei os queques de pernas para o ar de forma às cerejas ficarem visíveis. E os queques até ficaram fofos, com ar de pudinzinhos. Para dar um aspecto ainda mais apetitoso, aproveitam a calda e cobrem cada queque com uma quantidade generosa, de forma a escorrer à volta.
Espero que gostem!

Nêsperas aos molhos...


...literalmente! A nossa nespereira é de uma tal generosidade que até irrita! Paletes de nêsperas todos os anos! E eu pouco lhes pego, nunca fui grande apreciadora. E é um fruto tão delicado, facilmente se estraga após a colheita, não dá para armazenar porque ficam logo escuras e moles. Isto é...as nossas 100% naturais ficam, as de supermercado duram e duram e duram e suponho que isso seja mau sinal... Ainda por cima a chuva este ano não tem ajudado e, para evitar que apodreça tudo, resolvi fazer doce. Depois partilho com vocês o resultado. Entretanto tenho mais uma tonelada de nêsperas para apanhar....Ufff!

Pão de trigo e milho


Mais um super pãozinho, feito com aquela receita à prova de falhanços. Desta vez usei também farinha de milho, embora tenha sido tímida nas quantidades, apenas 120 gr. de milho para 300 de trigo. Levedou bem mas no próximo pão arrisco usar quantidades iguais de ambas as farinhas. E brevemente vou começar a visionar um programa sobre pão, do senhor Paul Hollywood, um moço prendado e simpático, de olhinhos bonitos, e que tem jeito para as massas. Quem sabe se aprendo algum truque e me inspiro para mais e melhores receitas! Até breve!

Monday, May 2, 2016

Receitas da TV : Bolo nuvem de morango


Cá está o bolo a que me referi no post anterior, apelidado de nuvem de morango ou strawberry cloud cake. A receita não é minha, vi-a a primeira vez no 24 Kitchen pela mão da sra. Anabelle Langbein. Achei imensa piada à espuma de morango e, principalmente, à facilidade com que se faz. A primeira vez que fiz este bolo, por ocasião do aniversário da minha mini sobrinha de 5 anos, respeitei a receita quase na totalidade, omitindo apenas a canela, que considero muito saborosa mas excessivamente intrusiva e eu queria que o morango brilhasse. Se correu bem? Sim, caros leitores. Com esta receita também é difícil errar, não requer nenhuma técnica. No entanto, sendo à base de claras, é muito delicada e perecível. As claras em castelo, mesmo num merengue espesso, têm tendência a desfazer-se, a liquidificarem. Daí que a Sra. Langbein aconselha a refrigerar o bolo no congelador. O que cria outro problema. A base de bolacha fica rija como um corno. Para fatiar o bolo foi preciso recorrer ao músculo do Mr. Fofo, já que os meus "bracinhos débeis" não deram conta do recado, tal a forma como enrijeceu! Devo dizer que todos os comensais, até agora, gostaram muito do bolo, não há nada a apontar em relação ao sabor. Mas eu decidi que tinha de resolver o problema da fragilidade e evitar que a base ficasse dura. Portanto, para não congelar o doce, usei folhas de gelatina! Que mantiveram a textura de espuma mas deram maior resistência. Mesmo assim não convém apanhar calor porque amolece. Eu quis presentear uns amigos a quem prometera um docinho e devo dizer que a viagem de metro até Lisboa fez alguma mossa...
Primeiro, vou dar-vos o endereço do site da Sra. Langbein caso queiram ser totalmente fiéis ao original. E agora apresento-vos a minha versão, com menos açúcar, sem canela e com a inclusão de gelatina:

Ingredientes para o merengue ♥
250 gr. de morangos em pedaços médios
180 gr. de açúcar
2 claras
1 colher de sopa de sumo de limão 
4 folhas de gelatinha
0,5 dl de leite muito quente
pitada de baunilha


Ingredientes para a base ♥
200 gr. de bolachas digestive
100 gr de manteiga
um punhado de coco ralado

Preparação
Esta receita requer uma batedeira de mesa, pelo menos facilita muito o trabalho. Podem experimentar com uma batedeira de mão, suponho que não haja problema, só é mais cansativo. E aconselho a usarem uma tigela grande, com paredes altas, já que as claras sobem bastante. Vamos lá começar!
Eu pesei 200 gr. de bolachas digestive e, num recipiente, esmigalhei-as com as mãos até ficarem em areia grossa, com pedaços de bolacha à mistura, pois a textura tem mais graça se sentirmos substância ao mastigar. Juntei as 100 gr. de manteiga derretida, um punhado generoso de coco ralado e amassei bem. Se acharem que a mistura não está a ligar bem por ter ficado muito seca, usem leite para ajudar a "colar". Não é para ficar em pasta! Como sugestão, podem adicionar nozes picadas á base ou outro fruto seco de que gostem. Forrei uma forma de mola e fundo amovível com película aderente e cobri-o com a massa de bolacha (2). Salpiquei com coco ralado e levei ao frigorífico. Entretanto coloquei as 4 folhas de gelatina (das médias. Usei marca Gelita transparente) de molho em água fria para amolecerem. Na tigela da batedeira, pus os morangos cortados (1), as duas claras, o açúcar, o sumo de limão e a pitada de baunilha e levei tudo a bater em velocidade máxima durante 8-10 minutos (3). Enquanto as claras batiam, aqueci o leite até ficar bem quente e lá diluí a gelatina já amolecida e bem espremida. Certifiquem-se que fica completamente diluída, sem pedaços de gelatina! Adicionei, aos poucos, o leite ao merengue que tinha estado a bater  entre 8-10 minutos e deixei ficar a bater mais 2 minutos (4). Não se assustem se o merengue abater muito ligeiramente com a introdução do leite. Fui buscar a forma ao frigorífico, despejei lá o merengue e alisei. Passadas umas horitas, enfeitei com pedaços de morango e coco ralado. Para desenformar, comecei por aquecer uma faca em água a ferver e passei-a a toda a volta da forma para descolar a espuma das laterais. Aqueci várias vezes a faca e fui descolando por secções, secando sempre a faca depois de a aquecer na água. Na base, usei uma espátula comprida para separar a bolacha da película e "empurrar" o bolo para um prato largo. Espero que gostem desta receita! É perfeita para o tempo quentinho que já nos está a bater à porta. Até breve!