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Thursday, May 10, 2018
Sr. Lisboa 6,7/10
Caros leitores, volto com a crítica gastronómica! Desta vez um restaurante de Lisboa, onde raramente me aventuro. No entanto, tive um bom motivo para lá dar um pulinho, pois tinha a acompanhar-me a minha mana. Foi um dia muito bem passado! Caminhámos bastante e foi agradável rever a cidade em conjunto! Claro que as duas caminhantes, cansadas da jornada, foram obrigadas a certa altura, a procurar um poiso onde retemperar energias. Confesso que andámos à procura de outro restaurante onde já tínhamos ido no passado. Mas com os preços inflacionados, talvez devido à nova localização, perto da Avenida da Liberdade, assustámo-nos e fomos dar com este cantinho simpático, o restaurante Sr. Lisboa. O ambiente é muito agradável. Achámos particular piada às mesas com tampo em vidro transparente e por baixo grades e bicos de fogão. Ficámos numa mesa perto do balcão, junto a umas prateleiras com vários produtos, entre os quais, cerveja Dois Corvos. Fiquei com uma tremenda pena de não venderem os garrafões em vidro com a dita cerveja. Em relação à comida, resolvemos pedir vários petisquinhos: o frango crocante com molho de manga picante, o camarão crocante, o crumble de farinheira, as bochechas de porco preto em vinho tinto e alecrim, as migas do fradinho e a batata rústica. Para beber, cervejinha fresca! Servida em mini canecas! Achei adorável! A comida? Agradável mas tem muito espaço para melhorar. O frango crocante são panados de frango, perfeitamente normais, estavam sequinhos e com um molho de manga picante. Não gostei do molho. Se não soubesse que era de manga, também não adivinhava. Não sabia minimamente ao fruto, nem sei descrever o sabor. E o picante era quase nulo. O camarão crocante tinha uma massa em tiras a cobri-lo, que suponho ser aletria? A massa estava crocante q.b. mas o camarão estava excessivamente cozinhado. Molengão! A textura desagradou-me, embora o sabor fosse agradável. O crumble de farinheira foi o petisco eleito como o melhor. Tinha pedaços de farinheira, broa, um ovo escalfado e doce de abóbora. Estava bem preparado, nada gorduroso, docinho devido à abóbora e combinava tudo muito bem! As bochechas estavam tenrinhas. Geralmente sou fã de bochechas de porco (e vaca também mas é impossível arranjá-las hoje em dia ). Quando bem preparadas, desfazem-se na boca. E largam uma gordurinha irresistível, meio gelatinosa, que ajuda a engrossar o molho do estufado. O molho que veio com as bochechas nada tinha nada de espesso. Era bem líquido, escuro, devido ao vinho tinto. Acho que não beneficiou as bochechas. E prefiro menos alecrim. Das migas do fradinho não gostei. Muito secas! Sim, também já comi migas bem gordurosas! Mas nem 8 nem 80! Até custava apanhá-las com o garfo. Era pão seco com feijão-frade, couve e onde estava o azeite? O tempero também não aqueceu nem arrefeceu. A batata rústica estava satisfatória. Mais uma vez, o tempero não brilhou. As maioneses eram agradáveis embora os coentros ou o manjericão pouco se notassem. Não fiquei maravilhada porque eu faço maionese com frequência e maionese a sério, é amarela! Devido à gema de ovo. Aquela era mais esbranquiçada e com um paladar fraquito. E depois disto tudo parece que não gostei de nada. Não é bem assim! Gostei de lá almoçar. Da cervejinha fria, das canecas, do atendimento e a comida é agradável mas com bastantes falhas que podem ser rectificadas. Aceito que no caso das bochechas foi mais uma questão de gosto pessoal e não seja necessário mudar nada. Mas os camarões molengões? E as migas excessivamente secas e sem personalidade? Ou um molho de manga que sabe a tudo menos a manga? Se voltava lá? Sem problema! Há muito mais para experimentar e fiquei curiosa com outros petiscos. Vamos lá à pontuação!
Wednesday, May 17, 2017
Sal, alho e etc - 9,55/10
Olá! Hoje regressa a crítica gastronómica. Apresento-vos mais um rico poiso para encher a barriguinha com coisas boas. Descobrimos este restaurante num artigo de uma revista e como o menú soava a comida deliciosa e interessante, resolvemos dar um pulinho a Portalegre. Valeu a pena cada Km de estrada! Li na internet que convém marcar mesa mas no dia em que fomos tivemos sorte ou então chegámos mesmo na hora certa, ou seja, antes de todos os outros, e portanto fomos os primeiros a ocupar uma mesa. O restaurante, ao longo da nossa refeição, foi enchendo, ao ponto de haver uns poucos comensais à espera de mesa. Para entrada, debicámos com afinco as azeitonas temperadas que nos serviram numa tigelinha de barro em forma de leitãozinho. Adorável, devo dizer! Ainda bem que não nos lembrámos de pedir umas brutas morcelas assadas ou afins ( que nem me lembro se faziam parte da ementa, confesso ), pois os pratos que pedimos vinham em doses muito generosas e nós detestamos estragar comida.... Pedimos lebre estufada com feijão e couve. Estava fabulosa! Tenra, com um molho escuro delicioso, feijão e couve no ponto, com raminhos de coentros a dar graça mas sem mascarar os outros sabores. Mas que bom que estava! Fiquei tão impressionada que tentei fazer em casa mas ainda não cheguei lá.... De seguida comemos naco de boi grelhado. Opa...foi interessante! Se gostam de paladares fortes, de carne a saber a bicho, este é o prato a escolher. Ainda o senhor não tinha poisado a comida na mesa e já o meu nariz tinha detectado o aroma particular desta carne. Estremeci ligeiramente mas não me deixei vencer! Afinal, já tinha comido muita carne maturada.....bastante maturada, devo dizer, e não ia ser um pequeno naco de boi que me ia derrotar! E ainda bem, porque o sabor é de animal mas é suave. Está bem presente mas não é desagradável ou excessivo. Portanto, mesmo cheios até às goelas, não sobrou carne! Esta estava bem acompanhada por umas batatas fritas com tomilho, caseiras e quentinhas! E imaginem! Ainda coube sobremesa! Se é para a desgraça, que seja total e absoluta! Partilhámos uma fatia de rançoso alentejano, um bolo seco com amêndoa e um toque a laranja. Bem bom, perfeito para um lanchinho mais frugal que o nosso farto almoço. Mesmo assim, soube bem! Podem ver que ficámos fãs deste restaurante e espero voltar para provar mais delícias, já que a ementa era bastante extensa e eu fiquei de olho em mais petiscos. De resto, o serviço foi competente e atencioso quanto baste, só ficando demasiado lento à medida que o restaurante foi enchendo mas nada que nos chateasse. O outro ponto menos positivo foi a música com o som excessivamente alto. Tal foi corrigido durante a refeição. Excelente restaurante!
Thursday, July 2, 2015
O Novo 10 - Setúbal 6,95/10
A propósito de um mês dedicado à ilustração em Setúbal, eu e o Mr. Fofo fomos meter o nariz no evento. Após um saltinho na exposição dedicada a Maria Keil e uma visita à praça local, precisámos de abastecer o depósito estomacal e dirigimo-nos ao restaurante Novo 10. Devo salientar primeiro que a praça de Setúbal é bem catita. Comprámos belas cerejas, azeitonas, figos e pão. E ficámos a babar por um impressionante atum vermelho escuro, de aspecto fresquíssimo, que pedia para ser levado. Parece que temos desculpa para nos deslocar novamente a Setúbal. Quanto ao restaurante, já velho conhecido do meu querido companheiro de mesa, a visita foi apenas satisfatória. Fomos bem recebidos, o serviço foi competente mas a comida não passou do mediano. Assim que nos sentámos, veio para a mesa as tradicionais azeitonas e um requeijão de ovelha. Não sobrou nada, o queijo era saboroso e as azeitonas agradaram. E também nos serviram choco frito, muito típico da zona. Sinceramente, achei o choco um pouco sensaborão mas estava bem frito, com o polme sequinho, nada gorduroso. Para pratos principais, sardinhas assadas e espetada de novilho e camarão, sendo que esta última me ficou destinada. É que eu estou quase proibida de comer sardinhas, pois alguém me acusa de as destruir devido às minhas frenéticas tentativas de eliminar aquelas espinhas irritantes. Eu gosto muito do sabor da sardinha, só não gosto de as comer. Mas pude provar, pois o meu parceiro de mesa, deu-me um lombinho. Ambos concordámos que as sardinhas eram medianas e não entusiasmaram, não eram particularmente saborosas. Talvez ainda fossem magritas? Não percebo muito de sardinha mas talvez Junho ainda não seja o mês ideal para as comer. Com a espetada aconteceu o mesmo. Encheu-me o olho, até vinha a pingar, bonita e suculenta, mas a carne era deslavada. Os camarões eram agradáveis mas poucos, só dois. E os restantes ingredientes também podiam ter uma dose mais generosa. Só um pedacinho de bacon? E um quadrado de pimento vermelho? Humpf! Ah! E não gostei das batatas fritas em rodelas. Tinham um sabor estranho, que eu atribuo a óleo que já devia ter sido mudado. Não há desculpa. Para sobremesa, o Mr. Fofo escolheu e muito bem um bolo pecaminoso chamado D. Duarte. Como podem ver pela foto, tem uma camada de maçapão recheada com doses generosas de ovo. Delicioso! E eu, fui uma totó e pedi o bolo de bolacha conventual. Ora, meus caros leitores, quando pensam em doçaria conventual não vos vem à cabeça doses maciças de ovo? E amêndoa? Gila? Pois foi o que me passou pela cabeça. Uma imagem vívida de um bolo de bolacha a pingar creme de ovo e amêndoa com fartura. É que nem uma coisa nem outra. Veio um bolo de bolacha deslavado, incaracterístico, molengão, que se come em qualquer café do país. Tirem mas é a palavra conventual do bolo, que é sacrilégio! Foi portanto uma refeição pouco memorável, o que é pena, pois este restaurante era um dos sítios onde o Mr. Fofo voltava sem pestanejar.
Thursday, April 9, 2015
Cocheira Velha - Almeirim 6,9/10
Olá! Venho contar-vos a nossa experiência em Almeirim, no restaurante Cocheira Velha. Antes que me perguntem, digo-vos já que não atacámos a sopa da pedra porque neste espaço é só servida a um mínimo de 6 pessoas. Ficámos um bocado desiludidos, assim um bocado muito bué! Mas, engolindo e desilusão, passámos para outras aventuras. O restaurante tem alguma comida de inspiração açoriana que inclui ingredientes como o ananás e o queijo de S. Jorge. Começamos por pedir o polvo, as espetadas. Não havia. Mais um banhito de água fria. E também não tinham cerveja sem álcool. Hummm...lá me começou a dar um formigueiro nos pés, fiquei mortinha para me levantar e ir embora. Mas tendo em conta a hora, e o apaziguamento do meu compincha de mesa, ficámos sentadinhos e fizemos o pedido. Para entrada, uma trouxa de farinheira e outra de requeijão. Tanto a farinheira como o requeijão vinham envoltos em massa filo e a acompanhar, cebola caramelizada. Era agradável mas não brilhou. É uma entrada que não entusiasma e não voltaria a pedir. Enfiar requeijão e farinheira em massa filo não tem muito para dizer. É deslavadito. Sinceramente, mais valia terem apresentado ambos sem a massa. Sei lá, com ananás caramelizado? A acidez do ananás ficaria bem com a farinheira. Para pratos principais, arroz de pato e espadarte com molho de natas e coentros. O arroz era mediano um bocadito cozido demais. O pato estava tostadinho mas suculento por dentro. O espadarte foi apreciado pelo Mr. Fofo, que o achou bem preparado e o molho apetitoso. Para sobremesa, uma mousse de chocolate muito fraquinha. Excessivamente doce e a qualidade do chocolate era pouca. Resumindo, não é um mau restaurante mas se me perguntarem se quero voltar lá, digo-vos que não. Senti que era um restaurante carote, armado em finório cuja ementa e qualidade da comida não entusiasma. Mas pode ser que os meus leitores tenham mais sorte. O serviço foi competente, não tenho nada a apontar.
Monday, December 15, 2014
Bar Alentejano - Montemor-o-novo 4,5/10
Em Montemor-o-Novo, um pouco às cegas, como convém a comensais aventureiros como nós, resolvemos saciar a fome num espaço desconhecido mas com um nome promissor. Quando estou no Alentejo, anseio por petiscos locais, boa carne de porco, migas apetitosas, borreguinho e outras surpresas. Como não sabíamos onde comer, tivemos a ideia de googlar potenciais restaurantes. E eu, na minha inocência, resolvi seguir opiniões alheias e escolhi o Bar Alentejano, mesmo depois de termos passado por outro restaurante com um menú muito apelativo. Foi o primeiro aviso...Assim que entrámos no Bar Alentejano, de ambiente escuro mas agradável, com tecto em madeira e uma decoração rústica, ficámos uns 8 minutos à espera junto ao bar da entrada, sem que alguém se desse ao trabalho de verificar se havia clientes. Segundo aviso...Assim que nos sentámos, a senhora indicou-nos os pratos: bifanas, lombinhos de porco grelhados, migas, bife à cortador e mais um prato qualquer completamente incaracterístico. Já não bastava o menú super curto, as próprias opções eram uma grande treta! Não há outra maneira de o dizer! Terceiro aviso...Red alert! Red Alert! Ai, a vontade que me deu de me levantar e dizer adeus...Escolhemos os lombinhos e as migas. Perguntámos se tinham vinho a copo. Não. Perguntámos se tinham meias garrafas. Não. Perguntámos se havia cerveja sem álcool. Não! Nem sequer nos informou se havia entradas e nós nem perguntámos, tamanho era o banho de água fria. É detestável quando as primeiras respostas aos pedidos de um cliente é "Não temos". E coisas tão básicas... Fico logo desanimada. Mas enfim, inspirei bem fundo e pensei..."Não vale a pena cansar a minha beleza com estes detalhes. Pode ser que a comida seja tão boa, que eu esqueça o começo pouco auspicioso". Entretanto atacámos o couvert. Pão, azeitonas medianas e as manteigas da praxe. De seguida a senhora levou para a mesa duas doses generosas de migas com rojões e entrecosto e os lombinhos de porco com batatas fritas e arroz aromatizado com hortelã. E uma saladinha de pepino e tomate. E como estava tudo? As migas, de alho, estavam sobrecarregadas com o mesmo. Uma coisa é comer migas com uma dose equilibrada de alho em que se nota bem a sua presença, e posso dizer-vos que eu adoro alho, mas outra coisa é migas com doses industriais de alho mal cozinhado, ainda meio rijo. Fiquei o resto do dia, desculpem a expressão, a arrotar a alho. Fiquei completamente KO. Tanto o entrecosto como os rojões estavam demasiado cozinhados, completamente secos. Fiquei na dúvida se teriam sido feitos naquele dia, é que a carne, de aspecto, parecia requentada. Pode ter sido do excesso de cozedura, quem sabe? De qualquer forma foi muito mau. E os lombinhos? O oposto. Ficaram mal cozinhados. Havia partes da carne que estavam, a meu ver, excessivamente rosadas e eu nem lhes toquei. As partes comestíveis, eram tenras e suculentas. As batatas fritas estavam acastanhadas, demasiado fritas. A saladinha era boa, muito bem temperada, o melhor da refeição, já que não lhe posso apontar qualquer defeito. No fim, partilhámos um toucinho do céu agradável mas não memorável. Quanto ao serviço, demoraram demasiado a receber-nos e esperámos bastante tempo para que viessem à nossa mesa para receberem o pedido da conta. Aliás, nem sequer vieram. Tivemos que nos levantar e dirigir até ao bar da entrada para procedermos ao pagamento. Resumindo, o atendimento foi descuidado, e para um cliente que nem sequer ficou satisfeito com a comida, um detalhe como este mói um bocado o juízo. Combinámos não voltar, apesar do "convite" para regressarmos numa próxima oportunidade. Não obrigada! Como diria o meu companheiro de mesa,"Não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão". Devem ter reparado que esta crítica gastronómica não tem fotos como é habitual. Por vários motivos. Não levei a máquina digital, o restaurante era muito escuro e eu só tinha o telemóvel, cuja qualidade fotográfica é discutível. Mostro-vos no entanto, a factura da refeição como comprovativo da nossa presença. Até breve!
Wednesday, September 3, 2014
Restaurante Tif Taf 7/10
Durante uma viagem por terras alentejanas e depois de uma paragem por Campo Maior, por altura da festa das flores (vejam a foto abaixo), resolvemos retemperar forças e dar ao corpo o necessitado sustento, após uma dura jornada de lazer. Procurámos um restaurante por aquelas bandas mas estava tudo cheio até às goelas. E já agora ficam a saber que também não fomos lá muito bem recebidos num dos espaços onde fomos avisados por uma senhora mal encarada que estavam cheios e só havia uma mesa encavalitada em cima de outros dois comensais. Ala que se faz tarde! Parece que no restaurante "Primavera" não precisam de novos clientes, conseguiram afugentar-nos em três tempos! Não temos paciência para gente mal-educada e detestamos almoçar em espaços apertados e desconfortáveis. O meu companheiro de viagem conduziu-nos então a Elvas onde escolhemos o Tif Taf, com vista para o aqueduto. A refeição começou com uma cacholeira grelhada, apetitosa e suculenta. De dimensão generosa, deu para forrar bem o estômago. O prato principal consistiu em bacalhau frito com cebolada, camarões e ameijoa e acompanhado com batata frita (na ementa chama-se bacalhau dourado). O Mr. Fofo achou que o peixe era congelado, por estar frio no interior, ou seja, cozinharam-no mal. A minha porção da posta não digo que estivesse literalmente fria mas era óbvio que o calor não tinha chegado ao interior. Eu até gosto muito de bacalhau crú mas não é o que se espera encontrar neste tipo de prato. Deviam ter mais atenção! De qualquer forma, o sabor era bom, daí que não tenha ficado zangada. Por fim, comemos umas migas de alho com entrecosto e enchidos variados. Por esta altura o apetite já não era muito, daí que comi poucas migas mas não por estarem más mas apenas porque o consumo de pão frito em gordura de porco poderia fazer mossa no meu estômago já bem recheadinho. Devo dizer que as migas estavam bastante saborosas. O entrecosto também foi aprovado, o sabor era bom, no entanto havia partes que pareciam ligeiramente mal cozinhadas. Resumindo, comida saborosa quanto baste mas pouco cuidado a cozinhá-la. Como não havia doces regionais (faltavam as ameixas de Elvas e a sericaia), saltámos directamente para os cafés. O serviço foi correcto, sem nada a assinalar.
Thursday, May 15, 2014
Restaurante Borga 6,85/10
Antes de fazer esta crítica, tive de ir ao Google descobrir a morada do restaurante. Lembrava-me do nome mas a localização era um enigma. Só sabia mesmo que era perto de Óbidos. Porque entrámos neste espaço ao acaso. Já havia bastante fome e fugimos a sete pés de Óbidos para evitar multidões e e potenciais barretes pagos a peso de ouro. Se souberem de algum restaurante que valha a pena visitar na bela vila, façam o favor de indicar, que terei todo o prazer em retratar-me e arriscar. Mas na altura decidimos forrar o estômago noutras paragens e acabámos no restaurante "Borga", na E.N. 360, Sítio das Minas, Caldas da Rainha. Como vem sendo hábito, deixei o meu parceiro comilão escolher a ementa. Ficou decidido que o repasto seria composto por uma mão de vitela com grão e enchidos. E também uma carne grelhada com molho à javali. Quanto à mãozinha, soube muito bem e só não limpámos o tacho totalmente porque havia que guardar espaço para o segundo petisco. O grão estava bem cozinhado, com a consistência certa. O molho era espesso como manda a lei e até fiquei com os lábios peganhentos devido à natureza gelatinosa da mão de vitela. A presença dos enchidos era discreta, o que convém, para deixar os restantes ingredientes brilhar. Ficámos muito satisfeitos. A carne grelhada, de porco, foi mediana. Consistia em bifanas ou escalopes grelhados com um molho incaracterístico cujos ingredientes nem soube identificar. Não aqueceu nem arrefeceu. Mais valia servirem a carne grelhada sem molho nenhum, que assim não havia desilusões. Para sobremesa, um doce da casa, ou seja, uma tacinha de bolachas embebidas em café, cobertas por natas. Agradável. E um pudim molotof que não envergonhou. Não sendo um restaurante memorável, vale a pena uma visita pelo grão, mas apenas se estiverem na zona.
Friday, March 21, 2014
Pompeu dos Frangos - Anadia 8/10
Em Anadia, descobri um novo restaurante chamado "Pompeu dos frangos". Lugar sobejamente conhecido pelo meu companheirinho de mesa, que há largos anos não atestava o estômago em tal paragem. As memórias eram muito positivas, daí que este regresso iria testar se o passar dos anos tinham feito mossa neste restaurante. A escolha do menu ficou a cargo do Mr. Fofo e ficou decidido que era obrigatório comermos o franguinho no churrasco, especialidade da casa. E quando digo franguinho, é para o entenderem literalmente. É um frango muito pequerrucho, como podem constatar pela foto. Digamos, que para encher o estômago, devem ser necessários dois por pessoa. Mas como pedimos também uma costeleta de novilho grelhada, ficámos por uma dose única. A costeleta, de vitela, estava bem grelhada em carvão, e ainda rosada por dentro. Tenra e saborosa, foi comida com vontade. O franguinho, também ele confeccionado nas brasas, era saboroso, bem coradinho sem estar demasiado cozinhado. Aprovadíssimo! De grelhados eles percebem certamente! A acompanhar ambos os pratos veio para a mesa boa salada, bem temperada, e batatas fritas caseiras. Para adoçar a boca comemos natas do céu acompanhadas de uma fatia de queijinho da Serra. Um final perfeito para uma boa refeição. Quanto à bebida, experimentem o vinho frisante da casa, bem fresquinho. O serviço foi rápido e correcto, sem nada a apontar. Nota positiva para o edifício do restaurante, uma antiga mala-posta com azulejos nas paredes, alusivas ao tema. Aconselhamos portanto uma visita ao "Pompeu dos frangos", em Anadia.
Wednesday, February 26, 2014
Duna do Meio - Aveiro 8,4/10
A cozinheira de serviço do blog teve que fazer uma breve paragem na confecção da massa azeda, já que as temperaturas frias que por aqui se fazem sentir, impediram a rápida progressão da dita cuja. Mas, como a Miss Sara tem um grande espírito de sacrifício, resolveu compensar-vos com duas críticas gastronómicas, que implicaram grande esforço físico. Um crítico gastronómico, mesmo que de algibeira, abdica da sua vaidade e formosura, submetendo-se ao ganho de inúmeros quilos, com o simples intuito de dar a conhecer, a vós leitores, a riqueza da gastronomia nacional e reconhecer os mestres cozinheiros espalhados pelo país fora. E eu, submeti-me a esta árdua tarefa! Comecemos pois, pelo restaurante "Duna do Meio", situado na bela cidade de Aveiro. Este espaço foi-me apresentado pelo meu prospector favorito e habitual companheiro de mesa, que me tinha falado de um petisco chamado feijocada de samos e línguas de bacalhau, que talvez não fosse adequado ao meu palato guloso mas sensível a determinadas texturas. Mas já lá vamos, que antes das feijocas , atacámos outros petiscos. A entrada foi ovas de pescada com cebola e salsa, temperadas com azeite. Um começo agradável, sem nada a apontar. De seguida veio para a mesa uma travessa com enguias fritas. Pequenas, sequinhas, bem fritas e já sem cabeça, comiam-se inteirinhas, espinha e tudo. Muito saborosas! A acompanhar, uma salada mista bem temperada de azeite e vinagre. Por fim, a feijocada de que vos falei. É feijoca guisada com as línguas e os samos. As línguas têm uma textura semelhante à da carne das postas de bacalhau, daquelas partes mais escurinhas e consistentes. Não tem nada de estranho, caso os leitores mais sensíveis se estejam a perguntar. Os samos, também eles de textura consistente, assemelham-se a uma gelatina mais durinha. Lembrei-me de mão de vitela enquanto os comia, mas estes são rijinhos, enquanto que a mão de vitela se desfaz na boca. Outra semelhança é o facto de o caldo do petisco se grudar aos lábios, o que suponho se deva à gordura largada pelos samos. Agora que já descrevi o manjar, posso assegurar que estava uma delícia e fiquei feliz por ter experimentado. Vale sempre a pena provar algo novo. O acompanhamento foi arroz branco, sequinho, o ideal para aproveitar o caldo alaranjado e espesso, salpicado pelo verde da salsa. Não houve espaço para a sobremesa pois ambas as doses eram generosas e, sendo a hora tardia, resolvemos conter a gula. Aconselho-vos a visitar este restaurante cujos dados estão na página Facebook que vos indiquei acima. Bom apetite!
Monday, December 30, 2013
The Great American Disaster 5,6/10
Com o fim do ano a aproximar-se, faço a última crítica gastronómica de 2013. Em lisboa, no Marquês de Pombal, num daqueles prédios com vista para a rotunda, há um dinner de inspiração americana, estilo retro, anos 50-60 chamado Great American Disaster. Soube da sua existencia por um irmão e logo me despertou a curiosidade, não pela comida mas pelo estilo de decoração. Eu gosto muito da estética dos anos 50-60 e fiquei super curiosa. Ainda por cima, recentemente, voltaram a transmitir o "Back to the future" na TV, filme que me diverte sempre e ainda mais inflamada ficou a vontade de lá ir. Como podem ver pela última foto (retirada de internet, não me pertence), tem mobília, posters, mosaicos típicos da época. As moças que nos serviram vestiam fardas como as que vemos nos filmes, um vestido com uma saia meio rodada. Em termos de ambiente, de apresentação geral, até acho que podiam melhorar. Está engraçado mas a decoração parece-me um pouco fria, meio industrial. Devia ser mais colorida e alegre. Uma jukebox ficaria a matar! E que tal música ambiente? Curiosamente, no dia em que fui lá almoçar, a música "Mr. Sandman" não me saía da cabeça. Não ouvimos essa nem nenhuma, infelizmente. Têm espaço para melhorar e aqui vos deixo estas sugestões. Quanto à comida, as expectativas não eram muito elevadas. É um restaurante de fast food estilo americano e daí que não esperava lamber as beiças com o pitéu. E foi isso que aconteceu, não lambi as beiças de felicidade. Para a mesa, como entrada, veio dois pãezinhos de alho com queijo e tomate, bem quentes, saborosos quanto baste, um pouco molengões e de apresentação pouco cuidada. Para prato principal, pedi um "Cream Cadillac", ou seja, um hamburguer no prato com um delicioso molho de natas de chorar por mais. Isto do chorar por mais é a conversa que está incluída na descrição do prato no menú. Os meus olhos ficaram numa secura tremenda por me terem servido um molho de "natas" saído directamente do pacote Knorr. A alface, como podem ver na foto, era pouco fresca, tinha umas folhas manhosas e as batatas fritas eram das congeladas. A carne em si, o hamburguer, era bastante fino e tive dificuldade em sentir-lhe o sabor, o molho não ajudou na tarefa. O meu irmão, pediu um hamburguer com chili. Ficou mais satisfeito que eu. O preço dos hambuguers varia entre os €6.50 - €7.50, nada de exorbitante, mas mesmo por esse preço estava à espera de mais cuidado na preparação da comida. Claro que comparando com outra experiência que tive ao estilo americano, no Hard Rock Café, onde me senti roubada pela má comida e preços elevados, o GAD não me deixou de amargo na boca mas não tenciono voltar. Tenho consciência que há muito mais no menú para experimentar, nomeadamente pizzas, batidos e bifes. Mas se nem um simples hambuguer foram capazes de confeccionar de forma satisfatória, como vou ter vontade de regressar? É um espaço agradável, a nível estético, mas nem isso me entusiasmou. Aviso-vos que este restaurante tem muito movimento, formam-se filas para arranjar mesa e o ambiente é algo ruidoso, já que o espaço não é muito grande e está bem preenchido de mesas. Se não querem esperar, não apareçam muito depois das 12horas.
E aqui vai a música "Mr Sandman":
Wednesday, September 4, 2013
Champanheria 7.8/10
Agora que me bronzeei devidamente em terras algarvias e já de regresso, aqui têm mais uma crítica gastronómica, meus caros leitores, apesar de algumas dificuldades técnicas que enfrentei. Não estranhem se as fotos estiverem mais manhosas do que o habitual, pois vi-me privada do meu software de edição fotográfica e afins. Por essa razão não há a inclusão da habitual factura com a pontuação detalhada do restaurante mas apenas temporariamente. Já tenho novamente um computador funcional e brevemente irei corrigir qualquer falha. Fomos a Setúbal com o intuito de provar as ostras de produção local num restaurante que se dedica a dar a conhecer esta iguaria, a "Champanheria". Valeu a pena a deslocação pela experiência gastronómica, porque Setúbal não tem grandes encantos para o turismo em geral, que me perdoem os habitantes da cidade. A refeição foi quase só á base de ostras, servidas em 3 preparações diferentes. Ao natural, cruas e apenas regadas com sumo de limão. Ao vapor, com molho de maracujá e lima. E gratinadas com espumante. Para quem nunca as experimentou ao natural, o sabor da ostra é bastante delicado e tem um travo fresco a mar. Comparando as de Setúbal com outros exemplares que tive a oportunidade de degustar noutros restaurantes, estas são mais pequerruchas mas igualmente saborosas. E mais tenras, quase que se desfaziam na boca. Quanto às diferentes preparações, tanto eu como o meu compincha de repasto, preferimos as naturais pois o sabor fica preservado. As menos apreciadas, as gratinadas, tinham molho bechamel e este escondia o paladar delicado da ostra. É de salientar que quando cozinhadas ficam mais borrachosas, a textura muda completamente. E a versão ao vapor ocupa a segunda posição em termos de preferência já que a presença da lima e do maracujá não era excessiva mas, mais uma vez, saliento a perda da textura suave da ostra. Após a degustação dos bivalves, resolvemos petiscar uma aceitável tapa de alheira com ovo de codorniz e grelos. O ovo estava demasiado cozido, com a gema seca. Para limpar a boca do petisco pouco conseguido, mandámos vir mais uma dose de ostras ao natural. Excelente decisão. Quanto às sobremesas, veio para a mesa uma tarte de requeijão de Serpa. Foi o pior da refeição. O sabor do requeijão foi mascarado pela canela e a tarte estava seca, sem graça. Melhores estavam os macarrons que acompanharam os cafés. Voltaremos certamente a este restaurante, pelas ostras, daí a boa pontuação. A questão é saber se o resto vale a pena. Logo veremos.
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Tuesday, July 9, 2013
Taverna dos Conjurados 8,8
Por terra alentejanas, os comensais do costume, visitaram a simpática Vila Viçosa. Aproveitámos para conhecer um bocadinho a vila enquanto andávamos à cata de um poiso onde comer. Após vários menus pouco alentejanos ou simplesmente desinspirados, o Mr. Fofo, com o seu faro guloso, decidiu ser "A Taverna dos Conjurados" a melhor opção. E abençoada seja! É um espaço calminho e agradável com poucas mesas, onde fomos muito bem recebidos. Fomos prontamente atendidos por um jovem empregado cuja actuação durante a refeição foi correcta, rápida e eficiente. O meu parceiro de mesa escolheu para entrada dois queijinhos, um de cabra com doce de framboesas (ou outro fruto do género, já não me lembro exactamente, só sei que soube bem para caramba) e outro de ovelha com mel e amêndoas. Ambos deliciosos e fomos informados de que eram produtos locais! Muito bem, é assim que gostamos. Em Roma sê romano! É algo que gosto particularmente, um restaurante que serve aos clientes bons produtos da zona. De seguida veio para a mesa um prato de bacalhau que, ao princípio, me parecia ser bacalhau com natas. Levava cenoura ripada, batata palha, as natas cremosas e o que nos pareceu ser arroz. Seria uma especie de risotto? Ficou a dúvida. Era saboroso quanto baste mas nada de memorável. A estrela da refeição viria de seguida. As costoletas de borrego, grelhadas no ponto, tenras e suculentas, temperadas com alecrim. A acompanhar, umas deliciosas migas de espinafre. Cremosas, bem ligadas, com um toque suave a alho e os espinafres a dar graça. Muito boas. Foram as melhores migas da viagem. Nota negativa para as batatas fritas que tinham um travo a óleo que precisava de ser renovado. Para sobremesa, uma mousse de chocolate caseira que apenas pecava por ser demasiado açucarada. Se antes eu gostava de chocolate carregado de açucar, agora prefiro teores de cacau superiores e menos açucar. Deve ser dos cabelos brancos que já começam a aparecer apesar da minha imensa jovialidade. Devo salientar a simpática presença do anfitrião, o dono do restaurante, que nos recebeu muito bem, falou do seu restaurante com amor e carinho e nos apresentou de forma apaixonada o vinho da casa, de fabrico próprio, pertença da sua família. Se passarem por Vila Viçosa, façam-me o favor de visitar este restaurante. Pessoalmente, gostaria de lá voltar, até porque li algures, e supondo que a informação ainda é fidedigna, entre Novembro e Dezembro a ementa tem pratos de caça aos fins-de-semana onde podem provar coelho e pato bravo ou veado.
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