Monday, December 15, 2014

Bar Alentejano - Montemor-o-novo 4,5/10


Em Montemor-o-Novo, um pouco às cegas, como convém a comensais aventureiros como nós, resolvemos saciar a fome num espaço desconhecido mas com um nome promissor. Quando estou no Alentejo, anseio por petiscos locais, boa carne de porco, migas apetitosas, borreguinho e outras surpresas. Como não sabíamos onde comer, tivemos a ideia de googlar potenciais restaurantes. E eu, na minha inocência, resolvi seguir opiniões alheias e escolhi o Bar Alentejano, mesmo depois de termos passado por outro restaurante com um menú muito apelativo. Foi o primeiro aviso...Assim que entrámos no Bar Alentejano, de ambiente escuro mas agradável, com tecto em madeira e uma decoração rústica, ficámos uns 8 minutos à espera junto ao bar da entrada, sem que alguém se desse ao trabalho de verificar se havia clientes. Segundo aviso...Assim que nos sentámos, a senhora indicou-nos os pratos: bifanas, lombinhos de porco grelhados, migas, bife à cortador e mais um prato qualquer completamente incaracterístico. Já não bastava o menú super curto, as próprias opções eram uma grande treta! Não há outra maneira de o dizer! Terceiro aviso...Red alert! Red Alert! Ai, a vontade que me deu de me levantar e dizer adeus...Escolhemos os lombinhos e as migas. Perguntámos se tinham vinho a copo. Não. Perguntámos se tinham meias garrafas. Não. Perguntámos se havia cerveja sem álcool. Não! Nem sequer nos informou se havia entradas e nós nem perguntámos, tamanho era o banho de água fria. É detestável quando as primeiras respostas aos pedidos de um cliente é "Não temos". E coisas tão básicas... Fico logo desanimada. Mas enfim, inspirei bem fundo e pensei..."Não vale a pena cansar a minha beleza com estes detalhes. Pode ser que a comida seja tão boa, que eu esqueça o começo pouco auspicioso". Entretanto atacámos o couvert. Pão, azeitonas medianas e as manteigas da praxe. De seguida a senhora levou para a mesa duas doses generosas de migas com rojões e entrecosto e os lombinhos de porco com batatas fritas e arroz aromatizado com hortelã. E uma saladinha de pepino e tomate. E como estava tudo? As migas, de alho, estavam sobrecarregadas com o mesmo. Uma coisa é comer migas com uma dose equilibrada de alho em que se nota bem a sua presença, e posso dizer-vos que eu adoro alho, mas outra coisa é migas com doses industriais de alho mal cozinhado, ainda meio rijo. Fiquei o resto do dia, desculpem a expressão, a arrotar a alho. Fiquei completamente KO. Tanto o entrecosto como os rojões estavam demasiado cozinhados, completamente secos. Fiquei na dúvida se teriam sido feitos naquele dia, é que a carne, de aspecto, parecia requentada. Pode ter sido do excesso de cozedura, quem sabe? De qualquer forma foi muito mau. E os lombinhos? O oposto. Ficaram mal cozinhados. Havia partes da carne que estavam, a meu ver, excessivamente rosadas e eu nem lhes toquei. As partes comestíveis, eram tenras e suculentas. As batatas fritas estavam acastanhadas, demasiado fritas. A saladinha era boa, muito bem temperada, o melhor da refeição, já que não lhe posso apontar qualquer defeito. No fim, partilhámos um toucinho do céu agradável mas não memorável. Quanto ao serviço, demoraram demasiado a receber-nos e esperámos bastante tempo para que viessem à nossa mesa para receberem o pedido da conta. Aliás, nem sequer vieram. Tivemos que nos levantar e dirigir até ao bar da entrada para procedermos ao pagamento. Resumindo, o atendimento foi descuidado, e para um cliente que nem sequer ficou satisfeito com a comida, um detalhe como este mói um bocado o juízo. Combinámos não voltar, apesar do "convite" para regressarmos numa próxima oportunidade. Não obrigada! Como diria o meu companheiro de mesa,"Não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão". Devem ter reparado que esta crítica gastronómica não tem fotos como é habitual. Por vários motivos. Não levei a máquina digital, o restaurante era muito escuro e eu só tinha o telemóvel, cuja qualidade fotográfica é discutível. Mostro-vos no entanto, a factura da refeição como comprovativo da nossa presença. Até breve!

Thursday, December 11, 2014

Começa o Natal no blog...


Vamos então iniciar as hostilidades e entrar na época natalícia aqui no blog. Espero que gostem do ambiente festivo que criei para vocês. Durante este mês irei colocar posts alusivos à época, embora deva confessar que no que diz respeito a petiscos de Natal não irei apresentar novidades significativas. Há certas comidinhas que são obrigatórias e não me atrevo a mudar a tradição. Como é habitual, na nossa mesa haverá um doce, que embora não seja típico desta época, é muito apreciado pela família. Os bombons de figo e amêndoa! Receita que já vos facultei o ano passado. No entanto, achei importante escrever este post porque, contrariamente ao que sempre fiz ao longo dos anos, desta vez resolvi alterar a confecção da massa. Se lerem o post com a receita, vão reparar que a massa é cozida em lume directo. algo que sempre me causou alguns problemas. Por mais cuidado que tivesse, havia sempre um pedacinho que pegava ao tacho e queimava ligeiramente. Não ao ponto de estragar o doce, nunca ficaram verdadeiramente queimados, mas era um processo um pouco "stressante" e cansativo. Eu acabava por cozer mal a massa para evitar desastres e, sendo esta muito densa, ficava com os braços cansados de a mexer. Tive então a brilhante ideia de cozinhar a massa em banho-maria! Em tacho com água ao lume, sempre a ferver e outro por cima, com a massa, e tapado. Demora mais tempo mas fiquei descansadinha. Só tive que ir mexendo a massa de tempos a tempos para envolver tudo bem e cozinhar uniformemente. Não houve nem um pedacinho queimado! Pegar, pega sempre, porque a massa é peganhenta e gruda um bocadinho ao fundo do tacho, onde há mais calor. Deixo-vos então com esta dica para vos facilitar a vida na hora da confecção destes docinhos, que valem bem a pena.

Monday, November 17, 2014

Bolo 3 delícias do algarve


Apresento-vos uma pérola da doçaria algarvia, o bolo ou tarte "3 delícias do Algarve". E quais são os ingredientes principais? Os fabulosos figo, alfarroba e amêndoa. É um bolo em camadas no qual se distingue os 3 ingredientes, ou seja, não é tudo misturado à molhada. É o meu novo desafio culinário! Tentar replicar esta maravilha, já que encontrar uma receita na internet que seja idêntica é missão impossível. Este post apenas serve o propósito de vos dar a conhecer o petisco, que merece elogios rasgados! É simplesmente delicioso! Posso indicar-vos dois restaurantes onde é possível comê-lo. Em Castro Marim, no "Manel d'Água", onde o descobri. E também em Vila Real de Santo António no restaurante "Cantinho dos Petiscos". Ambas as versões se assemelham. Se bem me lembro, o bolo do "Manel" tinha laranja na massa de alfarroba e a de amêndoa era feita á base de massapão. O bolo do "Cantinho", tinha uma base de alfarroba sem laranja, a camada de amêndoa era fina e fofa, não era massapão e por cima o figo estava apresentado numa espécie de geleia. Tanto eu como o Mr. Fofo, fãs de ambos os bolos, escolhemos a receita do "Cantinho" como a favorita. Nenhum é confeccionado nos respectivos restaurantes. Um vem de S. Brás de Alportel e o outro de Portimão. Brevemente terão aqui, em exclusivo a receita do bolo 3 delícias do Algarve versão Miss Sara, a intrépida e gulosa detective de doces obscuros e mal amados! Mas claro, se algum dos meus leitores quiser dar alguma sugestão ou enviar-me a sua própria receita, esteja à vontade. Entretanto, podem deliciar-se com outro doce algarvio que eu "descodifiquei". A torta de alfarroba com recheio de doce de ovos! Basta visitarem este post. Fiquem atentos!

Thursday, November 6, 2014

Robalo ao sal (com vídeo exemplificativo)



Cucu! Estou de volta! E aproveito para inaugurar a introdução de vídeos no blog. Sempre que se justificar, irei adicionar um filme que ilustre uma técnica mais complicada. Criei um channel no Youtube a partir do qual irei "linkar" os vários filmes. Para já, podem ver o quão simples é preparar um peixinho ao sal e removê-lo das crosta. O Mr. Fofo mostra-vos, com mestria, que é muito fácil. Ao todo, têm 3 filmes para ver. Neste post inseri directamente apenas o primeiro, pois não quis sobrecarregar a página com mais. Para escolherem os restantes, basta ir à opção Playlist, mesmo ao lado do título do filme, e podem visioná-los todos aqui mesmo, sem irem ao Youtube. Super práctico! O petisco em si é muito rápido de preparar. Convém comprarem um robalo robusto (o nosso era perfeito para duas pessoas), de dimensões generosas, o qual é colocado sobre uma cama de sal, dentro de um tabuleiro. Cobrem o peixe totalmente com mais sal e levam ao forno durante 35 minutos. O nosso robalo não foi amanhado porque não quisemos correr o risco de o sal entranhar demasiado no peixe. Caso optem por peixe amanhado, fechem bem a barriga. E não adicionámos temperos extra, foi mesmo só o sal. Com um peixinho tão bom como o robalo, não é preciso mais nada. E perguntam vocês se o peixe ficou salgado? Não senhor, não ficou! A pele do peixe, que é retirada depois de cozido, é o suficiente para proteger o bichinho. E desde que respeitem um tempo adequado de cozedura, a carne mantém-se rijinha e suculenta. Agora façam vocês! Com as nossas instruções, já não têm desculpa para não fazer peixe ao sal. Até ao próximo petisco.

Monday, October 27, 2014

Muffins de mirtilo com doce de pêssego


Não vos dou já a receita destes muffins recheados. E porquê? Porque a textura ainda não é a desejável. ficaram consideravelmente densos! É o que dá inventar receitas "à pressa". Suponho que tenho de aumentar bastante a quantidade de claras em castelo? Ou será que ando a bater demais a massa? Enfim, logo descobrirei. Mas não se iludam! Estavam bem saborosos e tiveram o selo de aprovação do Mr. Fofo (ele é suspeito porque é um tremendo guloso). Eu nem tenho nada contra bolos densos. São excelentes para forrar bem o estômago, principalmente no Inverno em que apetece comidas substanciais mas neste caso o recheio de nectarina perdeu-se no meio do muffin. Se alguém tiver um receita ou sugestão, é bem-vindo a opinar.

Thursday, October 9, 2014

Costa do sol (Alqueva) - 8,1/10


Se passarem pela aldeia do Alqueva, experimentem visitar o restaurante "Costa do Sol". Encontrámos este espaço por acaso durante o nosso percurso. Chega a uma altura em que um viajante tem de recuperar energias e atirar-se a um bom naco de carne alentejana. Não podíamos correr o risco de desfalecer de inanição e fadiga depois de subirmos inúmeras muralhas de castelos. Uffff, que canseira! E foi uma descoberta catita! Podem ver que a refeição começou pelo indispensável pãozinho alentejano, bem acompanhado de um belo queijinho de ovelha e um salpicão saboroso. Para prato principal, o glutão-mor escolheu uns bifinhos de porco fritos com migas de espargos. A carne tenrinha e temperada com pimentão doce estava preparada com manda a lei e o sabor era bom. As migas, salpicadas com o verde dos espargos, tinham um suave travo a alho e estavam sequinhas, sem excessos de gordura. Para o segundo petisco mandámos vir mais proteína animal, que a exaustão era tanta que era imperioso recuperar energia rapidamente! Veado estufado com castanhas. Nham! Carne tenrinha, que se desfazia na boca, com um molho de vinho espesso. Super apetitoso. Soube muito bem! A acompanhar, um vinhito branco a copo, ligeiramente fresco. Nota positiva para o senhor que nos atendeu, que prontamente voltava a encher o meu copo de forma incansável, tal era a velocidade furiosa a que eu o esvaziava! Não houve espaço para a sobremesa! Eu sei, custa a acreditar depois de termos comido de forma tão comedida. Quanto à pontuação, merecem um 8,1. Desta vez não coloco a factura descriminada porque o meu computador está com problemas técnicos e não me é possível editar os ficheiros necessários. Irei corrigir o problema brevemente. Até breve!  


Monday, September 22, 2014

Salsichão com bacon


Apresento-vos o resultado do salsichão de porco do post anterior, que ainda estava sujeito a aprovação. Digamos que não sobrou migalha, portanto é certamente seguro deixar-vos aqui a receita.

Ingredientes
400 gr. de carne de porco picada
Bacon em pedacinhos pequenos
2 alhos
Nata espessa (crème fraîche da President ou outra marca)
2 gemas
Pimenta preta, mostarda ancienne, sal

Preparação
Para me assegurar que o salsichão não ficava grumoso, voltei a picar a carne de porco. Na picadora coloquei metade da carne, ou seja 200 gr., mais 1 alho, 1 colher de sopa de natas e uma gema. Piquei tudo muito bem até ficar cremoso. Se depois a carne vos parecer um bocado pastosa e rosada, não se assustem. Depois de cozinhado, o salsichão não fica nem pastoso nem molengão. Fiz o mesmo com a restante carne, piquei-a com 1 gema, 1 colher de sopa de natas e 1 alho. Passei todo o preparado para uma tigela e temperei com pimenta preta, sal e mostarda ancienne. Por fim, adicionei 4 fatias de bacon cortadas em cubinhos pequenos. Vejam a primeira foto, dá para perceber o tamanho dos cubos. Para enrolar o salsichão, como não tinha tripa, usei película aderente. Esta deve ficar bem justinha à carne. Se for preciso, usem mais do que uma camada de plástico, para se assegurarem que o salsichão mantém a estrutura e que, dependendo do tipo de cozedura, a carne não saia para fora do rolo ou entre água durante a cozedura. Eu inicialmente pensei em cozer o salsichão em água a 90º, ou seja, com a carne submersa na água com a  temperatura bem controlada. Não tinha a certeza de que a película iria aguentar temperaturas elevadas. Acabei por cozer a vapor. Num tacho largo, coloquei uma caçarola com buraquinhos (ver foto pequena), daquelas de cozer a vapor (invertida, com a base virada para cima), e preenchi com água, mas sem cobrir a caçarola, porque a carne ia assentar nesta. Assim que a água ferveu, baixei o lume para o mínimo de forma a manter a temperatura mas sem ferver, sem o borbulhar. Juntei a carne, coloquei-a em cima da base com buracos, tapei o tacho e cozeu durante 1h30m. A cada meia hora eu virei o salsichão, para que ficasse cozido uniformemente. No fim, foi só cortar a película com uma tesoura e cortar em fatias, depois de deixar o salsichão arrefecer um bocadinho.

Thursday, September 18, 2014

Salsichão


Um dos petiscos recorrentes nos concursos televisivos, refiro-me concretamente ao Masterchef, é salsichas caseiras. Fiquei com vontade de fazer algo semelhante mas como estou limitada em termos de recursos, pois não tenho a máquina de encher salsichas nem tripa, recorri a outra técnica. Enrolei o recheio em película aderente. Acabou por ficar um salsichão, exagerei um pouco na grossura porque fui algo trapalhona a trabalhar com a película. Vou deixar repousar no frigorífico, pelo menos, 24 horas, depois cozo numa panela com água e, por fim, coro o salsichão numa frigideira com azeite para ficar mais bonitinho. Fiquem atentos a um próximo post, onde vou mostrar o resultado final. Até!  

Wednesday, September 17, 2014

Panquecas de mirtilo e noz com xarope de ácer (maple syrup)


Há coisas que vejo tantas vezes na televisão, que a certa altura a minha curiosidade desperta de tal forma, que eu tenho de experimentar à força. Refiro-me especificamente ao maple syrup, ou seja, xarope de ácer. Extraído de um tipo de árvore, a ácer ou maple, que produz uma seiva, sendo recolhida de orifícios feitos no tronco da árvore. Esta seiva, como é aguada, vai a ferver até reduzir e engrossar. Portanto, se vão comprar maple syrup, não se enganem. Há produtos à venda que parecem maple syrup mas são "artificiais" e muito mais baratos. O que eu comprei é mesmo o the real deal cuja composição é apenas a seiva da árvore, não tem açucares adicionados e outros ingredientes "estranhos". Onde podem comprar? Parece que no continente encontra-se, na secção de produtos gourmet. Eu adquiri um frasco da marca Buckwud (250 ml - aprox. 9 euros) na loja Glood.
Como o maple syrup é amigo inseparável das panquecas, foi isso mesmo que fiz! Panquecas de mirtilo e noz, regadas com maple syrup e acompanhadas de queijo creme.

Ingredientes
130 gr de farinha com fermento
1 colher de chá de fermento
1 pitada de sal
2 colheres de sopa de açúcar amarelo
1 ovo
2,5 dl de leitelho/buttermilk (não arranjei, usei substituto)
3 colheres de sopa de manteiga
Mirtilos
Nozes em pedacinhos

Preparação
Como cá em Portugal parece quase impossível adquirir buttermilk, usei mais uma vez leite talhado. Por cada dl de leite, juntam uma colher de sopa de sumo de limão. Ou seja, para os 2,5 dl de leite necessários para esta receita, usei 3 colheres de sopa de sumo. Após 30 minutos/1 hora, o leite fica cortado/coalhado. Numa tigela, misturei os ingredientes secos: a farinha, o fermento, sal, açúcar, nozes e mirtilos. Noutro recipiente, bati muito bem o ovo com o leite e a manteiga derretida. Despejei sobre a mistura seca, aos poucos para não criar grumos, e envolvi delicadamente sem bater em demasia. A massa ficou a descansar durante a noite, embora não seja necessário. Como fiz as panquecas para o pequeno-almoço, achei que seria mais práctico ter já tudo pronto de manhã. Cozinhei as panquecas numa frigideira pequerrucha, anti-aderente, barrada com manteiga. Deitei a massa na frigideira assim que a manteiga começou a borbulhar e deixei cozinhar até a base ficar coradinha e descolar da frigideira. Virei a panqueca e deixei cozinhar o outro lado. Como topping, usámos o famoso maple syrup, de sabor agradável e muito suave e também queijo creme (fromage blanc da marca Vrai). O petisco foi aprovado e considero a hipótese de fazer mais panquecas com outros ingredientes. Para mim, nada bate o meu pãozinho com manteiga ou as torradinhas ao pequeno-almoço, mas para variar e mimar o Mr. Fofo, também é divertido mudar um pouquinho a ementa e experimentar coisas novas!                                  

Wednesday, September 10, 2014

Terrina de bacalhau e salmão fumado


Para variar dos petiscos habituais, decidi fazer algo fresco e leve. Uma terrina de peixe, algo que há algum tempo desejava experimentar. Escolhi o salmão fumado e o bacalhau como ingredientes principais e arregacei as mangas. Como foi a primeira vez que faço este tipo de comida, fi-la um pouco ao estilo de "cá vai disto!". Mas, desta vez lá me lembrei de apontar as quantidades aproximadas dos ingredientes que vocês necessitam:

Ingredientes:
400 gr. bacalhau
200 gr. de salmão fumado
50 gr vegetais variados (usei macedónia congelada mas só as ervilhas, cenouras e milho)
2 dl de créme fraîche
1 dl de queijo creme
1 ovo cozido
3 alhos
meia cebola 
4 folhas de gelatina
leite q.b
1 limão
Azeite, pimenta preta, colorau, oregãos, coentros secos

Preparação:
Comecei por besuntar, mais concretamente borrifar com óleo em spray, uma forma de bolo-inglês pequenita (comp. 26 cm - larg. 7cm) e forrá-la com película aderente. Voltei a borrifar, desta vez a película. Cobri o fundo e as paredes da forma com salmão fumado. Não se preocupem se ficarem buraquinhos. Vejam as fotos abaixo. Levei a forma ao frigorífico, tapada para o peixe não secar. Entretanto tratei do bacalhau. Piquei 3 alhos e levei-os ao lume brando juntamente com azeite. Cozinhou até este ficar bem perfumado. Juntei a cebola picada. Assim que amoleceu, adicionei o bacalhau desfiado, temperei com pimenta, colorau, oregãos e coentros secos. O peixe ficou ao lume até reduzir toda a áqua que largou, deixei só uma pequena humidade. Assim que ficou pronto, levei-o á picadora e reduzi até ficar muito fino, quase em pasta. Depois de arrefecido, adicionei o créme fraîche e o queijo creme. Rectifiquei os temperos, tive que juntar mais sal e pimenta, assim como raspa e sumo de meio limão.
Por fim, a gelatina! Pus as 4 folhas de molho em água fria até amolecerem, espremi-as e, em 0,5 dl de leite quente, dissolvi-as. Juntei o leite ao preparado de peixe e envolvi bem. Deitei metade do creme na forma, coloquei pedaços de ovo cozido  por cima e cobri com o restante creme. Para finalizar e dar um toque crocante à terrina, salpiquei com pistáchios salgados. Ficou a endurecer no frigorífico durante 24h mas podem tirá-la antes. Penso que passadas 6 horas já dá para desenformar. Peço desculpa pelas fotos do resultado final. A iluminação estava muito deficiente e as imagens saíram uma valente porcaria, o que é pena porque as fatias estavam bastante bonitas e apetitosas. Tanto eu como o Mr. Fofo gostámos do petisco. É fresco e saboroso e até já começámos a pensar noutras variações. Espero que gostem!

Monday, September 8, 2014

Perna de perú recheada


Mais uma receita rápida de preparar! Depois da perna de perú recheada com farinheira, apresento-vos a perna de perú recheada com chouriço marinado em vinho do porto. O mestre cozinheiro, Mr. Fofo, deixou o chouriço de molho em vinho do porto durante 24h (podem deixar mais tempo se quiserem). Desossou a perna de perú, recheou-a com o chouriço e fechou bem a carne. Foi ao forno (220º durante hora e meia) envolta em papel de alumínio, para que não secasse durante a cozedura. Não foram adicionados temperos porque o Mr. fofo quis preservar o sabor do perú e achou que sendo o chouriço salgadito, não havia necessidade de adicionar mais sal. Ficou muito saboroso e suculento, a carne estava húmida e apetitosa. Em breve trago-vos mais sugestões de como cozinhar perú, que o Mr. Fofo ainda tem mais receitas na manga!

Wednesday, September 3, 2014

Restaurante Tif Taf 7/10


Durante uma viagem por terras alentejanas e depois de uma paragem por Campo Maior, por altura da festa das flores (vejam a foto abaixo), resolvemos retemperar forças e dar ao corpo o necessitado sustento, após uma dura jornada de lazer. Procurámos um restaurante por aquelas bandas mas estava tudo cheio até às goelas. E já agora ficam a saber que também não fomos lá muito bem recebidos num dos espaços onde fomos avisados por uma senhora mal encarada que estavam cheios e só havia uma mesa encavalitada em cima de outros dois comensais. Ala que se faz tarde! Parece que no restaurante "Primavera" não precisam de novos clientes, conseguiram afugentar-nos em três tempos! Não temos paciência para gente mal-educada e detestamos almoçar em espaços apertados e desconfortáveis. O meu companheiro de viagem conduziu-nos então a Elvas onde escolhemos o Tif Taf, com vista para o aqueduto. A refeição começou com uma cacholeira grelhada, apetitosa e suculenta. De dimensão generosa, deu para forrar bem o estômago. O prato principal consistiu em bacalhau frito com cebolada, camarões e ameijoa e acompanhado com batata frita (na ementa chama-se bacalhau dourado). O Mr. Fofo achou que o peixe era congelado, por estar frio no interior, ou seja, cozinharam-no mal. A minha porção da posta não digo que estivesse literalmente fria mas era óbvio que o calor não tinha chegado ao interior. Eu até gosto muito de bacalhau crú mas não é o que se espera encontrar neste tipo de prato. Deviam ter mais atenção! De qualquer forma, o sabor era bom, daí que não tenha ficado zangada. Por fim, comemos umas migas de alho com entrecosto e enchidos variados. Por esta altura o apetite já não era muito, daí que comi poucas migas mas não por estarem más mas apenas porque o consumo de pão frito em gordura de porco poderia fazer mossa no meu estômago já bem recheadinho. Devo dizer que as migas estavam bastante saborosas. O entrecosto também foi aprovado, o sabor era bom, no entanto havia partes que pareciam ligeiramente mal cozinhadas. Resumindo, comida saborosa quanto baste mas pouco cuidado a cozinhá-la. Como não havia doces regionais (faltavam as ameixas de Elvas e a sericaia), saltámos directamente para os cafés. O serviço foi correcto, sem nada a assinalar.


Tuesday, September 2, 2014

O que andamos a comer


Uma pequena temporada na praia abriu-me os horizontes (os olhos...) e tornei-me finalmente adepta (forçada) da comida dietética e (se tiver coragem) vegetariana. Perninha de perú no forno, sem gandes temperos ou gorduras adicionadas, como manda a lei das semi-dietas. Digo semi-dieta porque só a faço de Segunda a Sexta. O fim-de-semana é forrobodó, que eu não nasci para sofrer 7 dias por semana!

Monday, September 1, 2014

Lulas recheadas com bacalhau


Peço-vos desculpa pela minha longa ausência do blog. Tenho fases em que cozinho menos ou me sinto pouco inspirada. E confesso também uma pitada de preguiça. E uma temporada na praia, que contribuíu para um período mais calminho. Mas cá estou eu de volta! Desta vez com um petisco que como muito raramente. Não sou fã de lulas. No entanto, deu-me vontade de preparar lulas recheadas para o Mr. Fofo. E escolhi bacalhau para o recheio, que era para dar graça, já que as lulas têm um sabor demasiado neutro para o meu gosto. Esta receita é muito fácil de preparar. Aviso que fiz tudo a olho e não dou quantidades exactas dos ingredientes. Desculpem o mau jeito.

Ingredientes:
Lulas
Bacalhau demolhado desfiado
Macedónia
Coentros picados
Alho picado
Batatas
Cenouras
Azeite
Pimenta preta
Vinagre de champanhe (ou outro que tenham)

Preparação:
Eu usei lulas congeladas, já arranjadas. Mesmo assim, tive que verificar se a limpeza do bicho estava bem feita. E não estava, tinha pedaços daquela cartilagem transparente, por isso tenham cuidado. De seguida, separei os tentáculos e parti-os em pedaços. Juntei ao bacalhau desfiado, também ele cortado em pedacinhos. Adicionei a macedónia já previamente cozida, os coentros, o alho picado e temperei com pimenta preta, um fio de azeite e uma borrifadela de vinagre de champanhe. Coloquei as lulas num tabuleiro e reguei com azeite, vinho branco, uma pitada de pimenta e colorau. Cobri com cebola cortada em meia lua e levei ao forno até as lulas estarem tenrinhas (aprox. 20-30 minutos). Para acompanhamento, uma salada fria de batata, cenoura e tomate. Bom apetite!

Friday, July 25, 2014

Bolo de aniversário Minions na praia


Por ocasião do aniversário da minha sobrinha, que completou 10 anitos, ficou assente que seria eu a fazer o bolo de aniversário, mais uma vez. Lembram-se do bolo Esponjinha, do Spongebob Squarepants, do ano passado? Um bolo fruto de algumas limitações técnicas e má planificação mas pelo qual tenho bastante carinho. Estava fofinho e a sobrinha gostou! Ficou decidido que este ano as coisas seriam pensadas com antecedência e com material mais adequado à minha disposição. A parte da planificação ficou algo esquecida na gaveta mas pelo menos lá me lembrei de ir comprar pasta de açúcar para moldar os bonecos, em substituição do massapão do bolo anterior. Porque a intenção era fazer bonecos tridimensionais, em vez de espalmados no bolo. Sempre com os habituais dramas pelo meio, arrancar de cabelos e choraminguice apaziguada pelo paciente Mr. Fofo, a verdade é que ganhando algum jeito com a manipulação do material, as coisas vão encarrilhando. A massa de açúcar que eu usei foi adquirida na loja My Cake no C. C. Allegro. Comprámos massa branca, azul e vermelha. Corante em pó azul e amarelo. E corante líquido azul, vermelho e amarelo. E como correu tudo? A massa de açúcar é fácil de trabalhar. Basta amassar um pouco para ficar maleável mas não é aconselhável mantê-la nas mãos muito tempo porque começa a ficar muito molinha. Falhei as primeiras duas tentativas de fazer o minion amarelo porque com o calor das minhas mãos, o boneco ficou deformado. Foi nesta altura que comecei a sentir-me frustrada mas também fui aprendendo. Para colar as várias peças da figura, não precisei de nada! Bestial! Tinha lido na internet que há uma cola comestível para esse efeito  ou que se pode usar água misturada com a própria pasta  mas bastou encostar as peças, e pressionar um bocadinho. Quanto aos corantes, a variante em pó funcionou melhor do que os líquidos. Estes últimos ficam com um acabamento irregular, custam mais a pegar. Os corantes em pó, que devem ser misturados com álcool (aconselharam-me vodka mas não tinha e usei whiskey), como somos nós que os diluímos e controlamos a espessura, são mais fáceis de usar e dão um resultado mais limpo e perfeitinho. Mesmo assim nem tudo foi rosas. Com o calor e variações de temperatura, a massa de açúcar, pode derreter um pouco e fica peganhenta. Logo, um corante que tenha secado, pode voltar a ficar húmido. Enfim, andei um pouco às aranhas. Para moldar os bonecos, convém ter à mãos utensílios parecidos com teques e um cortador com uma lâmina bem afiada. Na foto abaixo podem ver os materiais que usei. Feitas as contas, gostei muito do resultado final. Sem falsa modéstia, acho o bolinho lindo! E cumpri o objectivo, que era agradar à sobrinha. Quanto aos sabores, o bolo era constituído por duas camadas de chocolate com outra de caramelo no meio, recheio de Nutella e, nas laterais do bolo, chantilly de limão. A receita será facultada noutro post. Até breve!


Wednesday, June 25, 2014

Que lindo favinho...


Já viram? Que lindo que é! O favinho de mel todo peganhento. Esta é uma produção local, directo do quintal de família. Umas abelhinhas resolveram fazer uma colmeia numa caixa de compostagem. E andaram muito ocupadas, tal era o tamanho do ninho. Entretanto as nossas amiguinhas já foram realojadas, junto de uma "família" de apicultores que irá tratar delas e recolher o precioso mel. Nós ficámos com uma lembrança, este bonito favo e já provámos o mel. Muito saboroso! Apesar dos "transtornos" causados pelas abelhas, já estamos com algumas saudades....ihihihi. Já sabem, se tiverem um problema semelhante nos vossos quintais, não as matem. Encontram facilmente quem as vá buscar, basta fazer uma pesquisa no OLX.

Thursday, June 5, 2014

Castanhitos de chocolate e alfarroba


Finalmente, posso apresentar os meus deliciosos castanhitos (anteriormente conhecidos como brownies), a terceira vez que os faço, com pequenas variações em cada receita. A primeira vez correu muito bem, os castanhitos ficaram densos e saborosos, com pepitas de chocolate a salpicar a massa. A segunda tentativa foi menos conseguida. Não sei que diabo fiz mas o bolo parecia saído directamente de um pacote de bolo instantâneo. Não tinha um saborzinho caseiro e a consistência não estava certa. E agora, à terceira vez, acertei na mosca, na minha humilde opinião, devo dizer, pois não perguntei a mais ninguém o que achava. Basta ver pela foto. Massa densa, com dose industrial de chocolate e quadradinhos húmidos e peganhentos. Alguns ficaram mais sequinhos e ainda bem, que assim agrado a gregos e a troianos. E introduzi um bocadinho de farinha de alfarroba na massa, um bocado a medo porque ainda tinha na memória o desastre anterior. Mas na próxima vez irei fazer castanhitos de alfarroba, sem o chocolate. Já que falo em alfarroba, vão a este post onde têm uma deliciosa torta recheada com doce de ovos. É uma das receitas mais populares do blog, e é merecido! Bem, passemos então ao que importa, os ingredientes. Mas devo avisar desde já que estes castanhitos não são aconselhados para leitores em dieta...  

Ingredientes:
1 tablete Pantagruel (usei a de 54% mas podem usar a de 70%)
1 chocolate de leite (usei Bellarom do Lidl)
100 gr. de amêndoa moída (ou noz)
100 gr. de manteiga
4 ovos
160 gr. de açúcar amarelo
75 gr. de farinha de trigo
2 colheres de sopa de farinha de alfarroba
1 cálice de rum
1 pitada de baunilha em pó

Preparação:
Comecei por derreter o chocolate Pantagruel com a manteiga, numa tigela que coloquei ao lume por cima de um tacho com água, em lume brando. Demorou uns 15 minutos a derreter, sem que a água fervesse. Noutro recipiente, juntei as farinhas, a amêndoa, o açúcar, a baunilha e o rum. Envolvi tudo e juntei os ovos, um a um, batendo entre cada adição. Adicionei o chocolate derretido, misturei muito bem e juntei a tablete de chocolate de leite, partida em cubos generosos. Tenham em conta, que os cubos derretem durante a cozedura do bolo, por isso convém que sejam grandotes para que mantenham alguma estrutura. Levei ao forno a 160º  e cozeu em 25 minutos, aproximadamente. Eu deixei alguma humidade no bolo. Ao espetar o palito, este ficava com um bocadinho de chocolate agarrado na ponta. Pouquinho! Aconselho-vos a fazer o mesmo mas não exagerem. Como podem ver pela foto, ficou tão apetitoso! E o sabor é fantástico.

Ps: E perguntam vocês porque raio eu não chamo brownies a estes quadradinhos deliciosos? Porque foi o Mr. Fofo que sugeriu o nome castanhito e, após alguma insistência e reparos ao facto de eu não ter seguido o seu conselho. finalmente decidi satisfazer o pedido. Ele acha que estes bolinhos não são uns brownies quaisquer! São a minha versão, que não deve ser confundida com os demais.

Wednesday, June 4, 2014

O que andamos a comer


Após uma longa ausência, o Mr. Fofo resolveu mimar o estômago da vossa cozinheira de serviço. Preparou uma perninha de perú, desossada por ele, devo salientar e assou-a no forno, bem recheada com uma farinheira. Nem precisou adicionar mais temperos, a gordurinha do perú e da farinheira foram suficientes. E que bem que soube! Carne suculenta e tenrinha com o sabor do bicho e a presença delicada da farinheira. Aprovado! E queremos mais coisas boas cozinhadas pelo Mr. Fofo!

Tuesday, June 3, 2014

Torta de peixe e vegetais


Agora que o calor vem aí, sabe bem comer refeições mais fresquinhas. Esta torta pode ser preparada com antecedência e consumida após arrefecer. E continua boa de um dia para o outro, a massa mantém-se fofinha.

Ingredientes: 
Torta:
400 gr. de batata
2 dl de leite
100 gr. farinha com fermento
1 dl de azeite
6 ovos
Orégãos, Pimenta preta e pimenta de caiena

Recheio:
1 posta de bacalhau
1 posta de pescada
3 dentes de alho
1 mão-cheia de grelos congelados
1 mão-cheia de macedónia
0,5 dl de natas
Amêndoa tostada
Salsa
Azeite q.b.
Pimenta e sal

Preparação do recheio:
Eu comecei por cozer as batatas descascadas em água e sal. Enquanto coziam, fiz o recheio porque convém tê-lo pronto assim que a torta sai do forno. É mais fácil enrolar a base enquanto está quente. Aqueçam dois tachos com água. Num, cozem o peixe e no outro escaldam os grelos e a macedónia. Levam uma frigideira larga ao lume e refogam a cebola, o alho e a salsa durante 10 minutos, em lume brando. Juntam uma concha de sopa de caldo de peixe e fica a cozinhar mais um pouco. Adicionam os peixes desfiados e os vegetais. Temperam com pimenta e sal e deixam reduzir a água até o peixe ficar húmido mas não caldoso. Juntam as natas, só para dar um pouco de cremosidade ao preparado e verificam se o tempero precisa de algum ajuste. Desligam o lume e deixam arrefecer um pouco.

Preparação da torta:
Depois de cozerem as batatas, esmagam-nas com um utensílio próprio, como se fosse para puré. Adicionam o leite, o azeite e os ovos e batem muito bem. Juntam a farinha e os temperos e misturam. Barram um tabuleiro largo com margarina, cobrem com papel vegetal e barram também o papel vegetal com mais margarina. Despejam a mistura de batata e levam ao forno a 160-180 graus até estar corada. Usem o palito para verificar a cozedura.
Assim que tirarem a torta do forno, desenformam-na  numa folha de papel vegetal, em cima da bancada. O recheio é colocado sobre toda a superfície, deixando apenas 1,5 cm cm livres a toda a volta. Com a ajuda do papel vegetal, enrolam a torta e deixam arrefecer. Por fim, para dar um toque especial, enfeitam com palitos de amêndoa torradinhos.

Friday, May 30, 2014

Bolos recheados com morango (e dois recheios diferentes)


Agora que estamos em época de morangos, apresento-vos um bolo muito simples de fazer em duas variantes. O bolo da primeira foto tem um creme de chantilly perfumado com bourbon e morangos macerados na bebida. O segundo bolo tem um recheio de crème fraîche e mascarpone e a adição de doce caseiro de morango e cerejas. A base é a mesma. Fiz uma receita de bolo amanteigado de limão e dividi em dois.

Ingredientes:
Bolo:
200 gr. de manteiga
200 gr. de açúcar mascavado
150 gr. de farinha
4 ovos
Sumo e raspa de 1 limão
Fermento Royal

Recheios:
1 pacote de natas (usei 1 dl)
1 embalagem de crème fraîche
Queijo mascarpone
Morangos q.b.
Açúcar q.b.
Bourbon ou outra bebida alcoólica a gosto
Doce de morango e/ou cereja

Doce:
1 embalagem de morangos (500 gr.)
200 gr. de açúcar amarelo
Sumo e casca de limão

Preparação do doce:
Aconselho-vos a comprar um boião de doce de morango e/ou cereja para simplificarem a receita. Eu fiz o meu próprio doce porque tinha morangos quase às portas da morte e não os quis deitar fora sem dar luta. Se optarem por fazer, basta deitar os morangos arranjados dentro de um tacho, juntamente com o açúcar e o sumo de limão e deixar cozinhar em lume brando até o caldo reduzir e engrossar. Os morangos desfazem-se mas não totalmente, o doce fica com textura, principalmente se adicionarem umas cerejas, como eu fiz.

Preparação do bolo:
Numa tigela, batem a manteiga amolecida com o açúcar até o creme ficar esbranquiçado e liso. Juntam os ovos um a um, misturando bem entre cada adição. Adicionam o sumo e a raspa do limão, a farinha e o fermento e envolvem energéticamente. Dividem o bolo em duas partes, se assim o desejarem. Numa das metades juntam um cálice pequeno de bourbon. Vão ao forno a 180º. Cuidado que os bolos abatem facilmente, por isso não tenham pressa de abrir a porta do forno durante a cozedura. Deixem-nos ganhar cor antes de fazerem o teste do palito.

Preparação dos recheios:
Recheio com bourbon: Batem 1 dl de natas até começarem a engrossar. Juntam açúcar a gosto, continuam a bater até ficar em chantilly e perfumam o creme com meio cálice de bourbon, envolvendo bem com uma colher. Adicionam os morangos cortados em pedacinhos e previamente macerados em bourbon e açúcar (minímo 30 minutos). Recheiam um dos bolos, depois de arrefecido, e cobrem-no também com o creme, finalizando com rodelas de morango para decorar.

Recheio de mascarpone: Numa tigela, juntam 4 colheres de sopa de crème fraîche, 4 de mascarpone e açúcar a gosto. Batem até o açúcar se dissolver muito bem. Para montar o bolo, abrem-no ao meio e pincelam a base com doce de morango. Barram com o creme, juntam morangos partidos em pedacinhos e cobrem com a outra metade do bolo. Barram o topo com mais creme, doce de morango e decoram com morangos.

Wednesday, May 28, 2014

Perú salteado com coentros


Deixo-vos aqui uma receita simples que a minha mãe costumava fazer para mim, pois sabia que eu gostava muito. Agora que foi feita por mim, não me soube tão bem mas eu chego lá! Acho que usei poucos coentros. Usei nesta receita os seguintes ingredientes: 2 bifes de perú, 6 batatinhas primor, 1/2 cebola, 3 dentes de alho, um molho de coentros, sal, pimenta preta e azeite. Comecei por cozer as batatas em água e sal. Cortei-as primeiro em quartos para cozerem mais depressa e deixei a casca. Este tipo de batata tem uma casca muito fininha e come-se muito bem. Vem embalada em sacos transparentes de 1 kg e estão nas prateleiras dos legumes. A carne foi cortada em pedaços médios e temperada com pimenta preta, sal e sumo de limão. Enquanto as batatas coziam, descasquei e piquei os 3 alhos e levei-os ao lume com o azeite e deixei que libertassem o seu aroma, em fogo brando. Juntei a cebola e, assim que amoleceu, adicionei o perú. Temperei com os coentros picados e uma folhinha pequena de louro. Rectifiquei o sal e juntei as batatas. Deixei saltear até o molho reduzir, pois a carne largou algum suco e sumo de limão. Espero que gostem. Bom apetite!

Wednesday, May 21, 2014

Tarte de feijão


Finalmente aventurei-me a fazer este docinho. Adoro pastéis de feijão! Mas como sou preguiçosa, fiz uma tarte de feijão e poupei trabalho. Andei a vasculhar a internet e o livro de Pantagruel e cheguei à conclusão que não queria uma receita demasiado simples. Um doce tão saboroso como este devia ter algum nível de complexidade. Encontrei três tipos de receita:
  • a "mistura-se tudo e vai ao forno", que descartei por me parecer demasiado simples
  • a receita com ponto de açucar, algo com que não estou nada á vontade
  • e a receita com ponto de açucar e cujo creme da tarte tem duas cozeduras, ao lume e no forno
Escolhi a segunda opção, mesmo sabendo que os únicos pontos de açúcar que sei fazer são o de caramelo e o de areia, que é o que vem imediatamente antes do ponto de caramelo. E eu já adivinhava que ia aldrabar esta parte da receita. Acabei por fazer o ponto de "qualquer coisa que não interessa desde que fique bom". Tenho mesmo de comprar um termómetro! Se forem ao site da Sidul, há uma página que explica a temperatura que o açúcar tem de atingir, assim como as proporções de água e açúcar para cada ponto. Podem ver neste link. E podem aceder à imagem mesmo a partir do blog, na secção Dicas Úteis, não vá o diabo tecê-las e o link ir abaixo. Mesmo com uma pequena aldrabice na confecção da tarte, ficou óptima, desde o sabor até à textura!

Ingredientes
Base da tarte:
1 base de massa folhada ou massa quebrada
(ou se preferirem fazer a massa quebrada,
vão a este link -  receita - de massa quebrada)

Recheio:
180 gr. de puré de feijão branco
150 gr. de amêndoa ralada
2 ovos + 7 gemas
400 gr. de açúcar
1 colher de sopa de manteiga
1 dl água

Preparação
Numa tigela, misturam a amêndoa, os ovos e as gemas a a manteiga amolecida, batendo bem. Esmagam o feijão num passe-vite ou num esmagador de batatas. Eu usei este último porque no meu passe-vite o feijão colava todo à base. Tive que dar ao músculo já que custou apertar o feijão no esmagador. Mas é como se diz, no pain, no gain! E parece-me que parte das cascas do feijão foram parar à tarte, o que não prejudicou minimamente a textura do creme (desde que o feijão esteja bem cozido). Depois de esmagarem o feijão, adicionam ao preparado dos ovos e amêndoa, envolvendo bem. Entretanto fazem a calda de açúcar. Num tacho, levam o açúcar ao lume com 1 dl de água até atingir ponto assoprado. Vão ao link que vos indiquei ver como se faz. Assim que estiver pronto, deixam arrefecer um bocadinho (deixei aprox. 5 min., talvez um pouco mais) e despejam em fio por cima do creme, enquanto misturam sem parar. Forram uma tarteira com a massa e deitam lá o creme. A minha tarte cozeu à temperatura de 180 graus até ficar firme mas húmida quanto baste, ou seja, quando espetei o palito, este saiu limpo mas com uma ligeira humidade. Podem ver na foto grande como ficou apetitosa! Em termos de beleza talvez não tenha sido o docinho em que tive mais cuidado, pois nem aparei a massa folhada e o resultado é o que vêem na foto pequena. Mas o que interessa isso quando o resultado foi delicioso!

Tuesday, May 20, 2014

Pontos de açucar


Esta imagem, que vos deixo aqui, é muito útil já que explica os diversos pontos de açucar, a temperatura de cada um e a proporção de açucar e água. Retirei-a do site da Sidul. Para vossa comodidade, adicionei um link directo a este post para que possam facilmente aceder à informação sem andar à procura, na secção Dicas Úteis.

Carne estufada com arroz selvagem


Para aproveitamento de carne rija como um corno, façam como eu e estufem-na devagarinho. Eu tinha à minha espera um bife cuja deglutição implicava demasiada ginástica maxilar. Nada como uma cozedura lenta para amaciar a carne. Levei cebola e alho ao lume em azeite e deixei amolecer um pouco. Adicionei a carne em pedaços pequenos, um bocadinho de concentrado de tomate e misturei bem, deixando cozer uns 5 minutos até a carne mudar de cor. Reguei com vinho branco e água até cobrir a carne. Temperei com tomilho, pimenta preta, colorau e sal. Ficou a cozinhar durante 1 hora em lume brando até a carne ficar tenra e o molho reduzir e engrossar. Servi com arroz selvagem, de compra, o qual, sendo seco, beneficiou com o molho da carne. Estejam atento ao próximo post dedicado a uma sobremesa muito saborosa e substancial. Até breve!   

Thursday, May 15, 2014

Restaurante Borga 6,85/10


Antes de fazer esta crítica, tive de ir ao Google descobrir a morada do restaurante. Lembrava-me do nome mas a localização era um enigma. Só sabia mesmo que era perto de Óbidos. Porque entrámos neste espaço ao acaso. Já havia bastante fome e fugimos a sete pés de Óbidos para evitar multidões e e potenciais barretes pagos a peso de ouro. Se souberem de algum restaurante que valha a pena visitar na bela vila, façam o favor de indicar, que terei todo o prazer em retratar-me e arriscar. Mas na altura decidimos forrar o estômago noutras paragens e acabámos no restaurante "Borga", na E.N. 360, Sítio das Minas, Caldas da Rainha. Como vem sendo hábito, deixei o meu parceiro comilão escolher a ementa. Ficou decidido que o repasto seria composto por uma mão de vitela com grão e enchidos. E também uma carne grelhada com molho à javali. Quanto à mãozinha, soube muito bem e só não limpámos o tacho totalmente porque havia que guardar espaço para o segundo petisco. O grão estava bem cozinhado, com a consistência certa. O molho era espesso como manda a lei e até fiquei com os lábios peganhentos devido à natureza gelatinosa da mão de vitela. A presença dos enchidos era discreta, o que convém, para deixar os restantes ingredientes brilhar. Ficámos muito satisfeitos. A carne grelhada, de porco, foi mediana. Consistia em bifanas ou escalopes grelhados com um molho incaracterístico cujos ingredientes nem soube identificar. Não aqueceu nem arrefeceu. Mais valia servirem a carne grelhada sem molho nenhum, que assim não havia desilusões. Para sobremesa, um doce da casa, ou seja, uma tacinha de bolachas embebidas em café, cobertas por natas. Agradável. E um pudim molotof que não envergonhou. Não sendo um restaurante memorável, vale a pena uma visita pelo grão, mas apenas se estiverem na zona.



Wednesday, May 14, 2014

Scones caseiros


Eu tenho uma relação complicada com massas de pão. Por mais que me esforce e siga os conselhos de outros cozinheiros, os meus pãezinhos ficam muito densos. A massa mal leveda e não cresce no forno. A minha experiência anterior, um bolo-rei, não ficou brilhante, tinha a massa pesadona e meio seca. Sim, estava muito saboroso mas a textura não era boa. Basicamente, dou cabo das leveduras todas. Nem o fermento fresco escapa. Por isso tenho andado um pouco desanimada. Isto cansa uma moça! E eu que até me tenho em muito boa conta, no que diz respeito aos dotes culinários, agora sinto-me uma aselha! Apesar de tudo, voltei às massas e fiz scones. São fáceis de fazer e a receita que escolhi, segundo os utilizadores, é à prova de falhanços. Perfeita para mim, pois claro! Vamos começar por um ingrediente que eu nunca vi à venda por cá (talvez por nunca ter procurado)  e parece ser difícil de encontrar. O buttermilk, ou seja, leitelho. O que é? É "leite de manteiga", obtido a partir do fabrico da mesma, ou seja, o soro que se separa quando se bate as natas em manteiga. O aspecto é de leite talhado. Como não tinha leitelho em casa, procurei uma alternativa fácil de preparar. Basicamente é talhar leite com sumo de limão. Por cada dl de leite, adicionam 1 colher de sopa de sumo de limão. e deixam actuar durante 5-10 minutos. Esta receita leva quase 3 dl de leitelho, por isso fiz 3 dl de leite (usei meio gordo) com 3 colheres de sopa de sumo de limão. Passemos então para a receita completa:


Ingredientes
450 gr. de farinha com fermento
1 saqueta de fermento em pó (usei Vahiné)
100 gr. de manteiga
2,5 dl de leitelho
85 gr. de açucar (usei amarelo)
1 pitada de sal
1 ovo para pincelar os scones
Farinha para polvilhar


Preparação
Ponham a farinha, o fermento e o sal numa tigela larga com a manteiga à temperatura ambiente e misturem bem, desfazendo a manteiga. A farinha vai ficar com uma textura solta e em flocos. Juntem o açúcar, envolvam e adicionem o leitelho, juntando tudo com a ajuda de uma colher de pau até os ingredientes se unirem grosseiramente. Numa tábua de cozinha polvilhada, deitam lá o preparado começam a fazer a massa mas sem amassar. Não é suposto ficar uma massa firme, por isso evitem usar muita força nesta fase. Nada de sovar a massa, nem esticá-la ou apertá-la muito. Com as mãos, tratam a massa com delicadeza, envolvendo bem todos os ingredientes, virando-a, dobrando, e usem mais os dedos do que as palmas das mãos. Aos poucos a massa fica lisa e mantém a leveza. É elástica mas delicada, sente-se que tem muito ar lá dentro e não pega à base. Para mais facilmente perceberem o que quero dizer, vejam este vídeo do Paul Hollywood ( a receita não é a dele): https://www.youtube.com/watch?v=BCt-szFlaLE. Assim que a massa estiver pronta, usam o rolo da massa para fazer um círculo com aprox. 4 cm de altura. Eu deixei a massa repousar 20 minutos e só depois a cortei em círculos, com um cortador de biscoitos com 6 cm de diâmetro. Pincelam os scones com ovo batido e levam ao forno a 180-200º durante 25 minutos. Devem ficar coradinhos como os da foto. E agora perguntam vocês se a receita correu bem? Sim, desta vez não estraguei tudo. Apesar de terem crescido menos do que esperava, a massa ficou fofinha! E o sabor é bom. Receita aprovada.