Tuesday, December 19, 2017

Bolo-rei

Bolo-rei 1
Bolo-rei 2


Actualização:  Já pus uma foto provisória mais bonita do bolo-rei que vou servir no Natal (Bolo-rei 1). Falta pincelar com geleia mas isso só faço na véspera.

Não se assustem! É feio sim (Bolo-rei 2)! Vocês estão a ver a minha segunda tentativa de bolo-rei. Nem me dei ao trabalho de colocar frutas em cima, não fosse ficar horrível, e depois era um desperdício forrar o caixote do lixo com tanta frutinha. Assim que tiver uma foto bonitinha, substituo. Se leram posts de anos anteriores, já sabem do meu crescente descontentamento com a qualidade dos bolo-rei. É estilo sorteio, num ano a confeitaria faz algo decente, noutro ano sai cagada. Bolos que outrora eram regularmente bons, hoje em dia são uma vergonha. Desde a Confeitaria Nacional até à do Marquês...nada se aproveita e eu cansei. O ano passado fui de propósito à Mealhada comprar o bolo vencedor (na pastelaria Docealhada, que pelos visto ganhou outra vez este ano vai-se lá saber porquê). Enfim...valeu pelo leitãozinho suculento da Meta dos Leitões. Mas vou dar o meu selo de confiança ao bolo vencedor da categoria bolo raínha. Não provei, é certo, mas o bolo-rei deles comprei em 2015 e gostei. Tem uma massa densa, estilo pão, e perfumada, com bastante fruta, sem adição de sabores artificiais ou erva-doce, que dispenso. Se estiverem com vontade de ir a Aveiro, vão à Flor de Aveiro (têm uma foto do bolo de 2015 neste post, http://vamospamesa.blogspot.pt/2015/12/perscrutando-bolos-rei-e-algumas.html). Agora que já desabafei, vamos prosseguir com o meu bolinho. Como sabem, isto acaba por ser uma questão de gosto, embora nalguns casos haja bolos que são tão desastrosos que deviam ser banidos de qualquer palato. Portanto, o meu, que não se enquadra nesta categoria, é a tentativa de replicar algo de que me lembro muito vagamente. O bolo-rei da pastelaria Solmar, na Rua das Portas de S. Antão (da marisqueira que entretanto fechou 😭). Eu era miúda quando deixaram de o fabricar. Ano maldito esse! E a receita ficou perdida... Não tenho pretensões de replicar o bolo, pois se nem me lembro bem do mesmo. Mas sei algumas coisas. Não tinha canelas, erva-doce, licores manhosos ou ingredientes de segunda categoria estilo aromas artificiais. A massa era saborosa, com um toque a qualquer bebida alcoólica e fruta. E o bolo durava imenso sem secar! Daí que este ano o meu desafio era fazer uma massa mais resistente à secagem, pois o sabor já estava mais ou menos afinado em tentativas passadas. Devo desde já dizer que ainda não acertei na mosca! Mas gosto do meu bolo. É saboroso, denso sem ser maçudo e já fica mais fofinho sem secar logo de um dia para o outro. Até ao ano-novo vou fazer mais uma ou duas tentativas, com algumas alterações, e depois conto-vos como correu. Devo avisar que este bolo foi feito numa batedeira de mesa. Se tiverem uma maquineta do género, aconselho a usarem. Facilita muito a tarefa. Eu gosto de amassar pão à força do meu músculo mas esta massa leva manteiga e óleo e dá mais jeito ser a máquina a sujar-se...

Ingredientes 🎄
400 gr. de farinha sem fermento
3 ovos L
65 gr. de açúcar amarelo
100 gr. de manteiga sem sal
60 ml de óleo
125 gr. de frutas cristalizadas
100 gr. de frutos secos (nozes, pinhões, amêndoa laminada)
50 gr. de passas
Raspa de 1 laranja
Raspa de 1 limão
Pitada de sal
Rum (ou aguardente ou ambos, de boa qualidade)
1 pacote de Fermipan
1 dl de leite morno + 1 colher de chá rasa de açúcar amarelo

Preparação 🎅
De véspera, coloquei as frutas cristalizadas e as passas de molho no rum (comprem rum minimamente decente, faz muita diferença). No dia seguinte, comecei por preparar o fermento. Num copo alto, aqueci o leite até ficar morninho, adicionei a colher de açúcar amarelo e o pacote de Fermipan (11gr.). Tapei o copo de deixei o fermento activar até fazer espuma e crescer um bocadinho.
Na batedeira, juntei farinha, a pitada de sal, o açúcar, a manteiga cortada em cubos e liguei a máquina em velocidade média para misturar tudo até a manteiga se incorporar na farinha. Adicionei o óleo, a raspa de limão e laranja, sempre com a batedeira em movimento, e de seguida os ovos. Deixei uns 2 minutos a amassar e por fim juntei o leite com o fermento. Não se assustem se a massa ficar peganhenta. Eu deixei mais uns 6 minutos a bater e acaba por ficar mais elástica, ligeiramente pegajosa mas que se separa do gancho da máquina. Deixei a massa levedar uma hora (tapada com película aderente) ou até duplicar de volume, dentro de uma tigela besuntada com óleo. Com o tempo frio, a massa leva mais tempo a subir mas não se esqueçam que até dentro do frigorífico os fermentinhos fazem o seu trabalho, de forma mais pausada, mas chegam lá. Depois de a massa ter levedado, escorri as frutas e juntei-as à mesma, assim como os frutos secos. Desta vez amassei à mão por ser mais fácil certificar-me de que as frutas ficam bem distribuídas. Por fim, moldei a massa numa forma circular, com o buraco no meio, bastante largo para que ao crescer novamente, o buraco não feche. Deixei a massa duplicar de volume (também tapada com película aderente). O bolo cozeu em forno quente, pré-aquecido, a 180º durante 25 minutos. Tenham cuidado com as temperaturas. O forno deve estar bem quente mas eu entusiasmei-me um pouco, pus nos 200º e no meu forno isso significa risco eminente de torriscadela. Mesmo tapado, ficou tostadinho. Não se esqueçam de colocar as frutas em tiras por cima da massa antes de o cozer. No meu próximo bolo já o vou fazer para ficar mais bonitinho. Também podem adicionar torrões de açúcar ao topo. Fica bonito e peganhento. Ou pincelar com geleia no fim para dar brilho. Espero que gostem! Se algum de vós experimentar esta receita e tiverem dúvidas ou percalço, estou por aqui para ajudar. Oh oh oh....🎅!

Nota: Entretanto, depois de fazer este bolo, voltei à carga e fiz o bolo-rei para a véspera. Esta nota é para vos dizer que podem levedar a massa base no frigorífico. Eu deixei a minha aprox. 12h a crescer, durante a noite. A segunda vez que foi levedar, já com as frutas e à temperatura ambiente, ficou 3h a crescer. Não tenham pressa em levedar a massa. Mais vale levar o seu tempo do que forçar com calores artificiais, como fiz no passado quando usava o forno morno para levedar massas e o resultado era fraquinho. Durante a cozedura o bolo-rei cresce bastante, como podem ver pelo meu que practicamente ficou com o buraco central fechado.

1 comment:

  1. Eu comprava este Bolo, mesmo não sendo fã de Bolo Rei. Tenho que lhe "afinfar" uma dentada para comprovar o sabor mas o aspecto está lá. ...e o buraquinho do meio?

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