Em Montemor-o-Novo, um pouco às cegas, como convém a comensais aventureiros como nós, resolvemos saciar a fome num espaço desconhecido mas com um nome promissor. Quando estou no Alentejo, anseio por petiscos locais, boa carne de porco, migas apetitosas, borreguinho e outras surpresas. Como não sabíamos onde comer, tivemos a ideia de googlar potenciais restaurantes. E eu, na minha inocência, resolvi seguir opiniões alheias e escolhi o Bar Alentejano, mesmo depois de termos passado por outro restaurante com um menú muito apelativo. Foi o primeiro aviso...Assim que entrámos no Bar Alentejano, de ambiente escuro mas agradável, com tecto em madeira e uma decoração rústica, ficámos uns 8 minutos à espera junto ao bar da entrada, sem que alguém se desse ao trabalho de verificar se havia clientes. Segundo aviso...Assim que nos sentámos, a senhora indicou-nos os pratos: bifanas, lombinhos de porco grelhados, migas, bife à cortador e mais um prato qualquer completamente incaracterístico. Já não bastava o menú super curto, as próprias opções eram uma grande treta! Não há outra maneira de o dizer! Terceiro aviso...Red alert! Red Alert! Ai, a vontade que me deu de me levantar e dizer adeus...Escolhemos os lombinhos e as migas. Perguntámos se tinham vinho a copo. Não. Perguntámos se tinham meias garrafas. Não. Perguntámos se havia cerveja sem álcool. Não! Nem sequer nos informou se havia entradas e nós nem perguntámos, tamanho era o banho de água fria. É detestável quando as primeiras respostas aos pedidos de um cliente é "Não temos". E coisas tão básicas... Fico logo desanimada. Mas enfim, inspirei bem fundo e pensei..."Não vale a pena cansar a minha beleza com estes detalhes. Pode ser que a comida seja tão boa, que eu esqueça o começo pouco auspicioso". Entretanto atacámos o couvert. Pão, azeitonas medianas e as manteigas da praxe. De seguida a senhora levou para a mesa duas doses generosas de migas com rojões e entrecosto e os lombinhos de porco com batatas fritas e arroz aromatizado com hortelã. E uma saladinha de pepino e tomate. E como estava tudo? As migas, de alho, estavam sobrecarregadas com o mesmo. Uma coisa é comer migas com uma dose equilibrada de alho em que se nota bem a sua presença, e posso dizer-vos que eu adoro alho, mas outra coisa é migas com doses industriais de alho mal cozinhado, ainda meio rijo. Fiquei o resto do dia, desculpem a expressão, a arrotar a alho. Fiquei completamente KO. Tanto o entrecosto como os rojões estavam demasiado cozinhados, completamente secos. Fiquei na dúvida se teriam sido feitos naquele dia, é que a carne, de aspecto, parecia requentada. Pode ter sido do excesso de cozedura, quem sabe? De qualquer forma foi muito mau. E os lombinhos? O oposto. Ficaram mal cozinhados. Havia partes da carne que estavam, a meu ver, excessivamente rosadas e eu nem lhes toquei. As partes comestíveis, eram tenras e suculentas. As batatas fritas estavam acastanhadas, demasiado fritas. A saladinha era boa, muito bem temperada, o melhor da refeição, já que não lhe posso apontar qualquer defeito. No fim, partilhámos um toucinho do céu agradável mas não memorável. Quanto ao serviço, demoraram demasiado a receber-nos e esperámos bastante tempo para que viessem à nossa mesa para receberem o pedido da conta. Aliás, nem sequer vieram. Tivemos que nos levantar e dirigir até ao bar da entrada para procedermos ao pagamento. Resumindo, o atendimento foi descuidado, e para um cliente que nem sequer ficou satisfeito com a comida, um detalhe como este mói um bocado o juízo. Combinámos não voltar, apesar do "convite" para regressarmos numa próxima oportunidade. Não obrigada! Como diria o meu companheiro de mesa,"Não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão". Devem ter reparado que esta crítica gastronómica não tem fotos como é habitual. Por vários motivos. Não levei a máquina digital, o restaurante era muito escuro e eu só tinha o telemóvel, cuja qualidade fotográfica é discutível. Mostro-vos no entanto, a factura da refeição como comprovativo da nossa presença. Até breve!
Monday, December 15, 2014
Bar Alentejano - Montemor-o-novo 4,5/10
Em Montemor-o-Novo, um pouco às cegas, como convém a comensais aventureiros como nós, resolvemos saciar a fome num espaço desconhecido mas com um nome promissor. Quando estou no Alentejo, anseio por petiscos locais, boa carne de porco, migas apetitosas, borreguinho e outras surpresas. Como não sabíamos onde comer, tivemos a ideia de googlar potenciais restaurantes. E eu, na minha inocência, resolvi seguir opiniões alheias e escolhi o Bar Alentejano, mesmo depois de termos passado por outro restaurante com um menú muito apelativo. Foi o primeiro aviso...Assim que entrámos no Bar Alentejano, de ambiente escuro mas agradável, com tecto em madeira e uma decoração rústica, ficámos uns 8 minutos à espera junto ao bar da entrada, sem que alguém se desse ao trabalho de verificar se havia clientes. Segundo aviso...Assim que nos sentámos, a senhora indicou-nos os pratos: bifanas, lombinhos de porco grelhados, migas, bife à cortador e mais um prato qualquer completamente incaracterístico. Já não bastava o menú super curto, as próprias opções eram uma grande treta! Não há outra maneira de o dizer! Terceiro aviso...Red alert! Red Alert! Ai, a vontade que me deu de me levantar e dizer adeus...Escolhemos os lombinhos e as migas. Perguntámos se tinham vinho a copo. Não. Perguntámos se tinham meias garrafas. Não. Perguntámos se havia cerveja sem álcool. Não! Nem sequer nos informou se havia entradas e nós nem perguntámos, tamanho era o banho de água fria. É detestável quando as primeiras respostas aos pedidos de um cliente é "Não temos". E coisas tão básicas... Fico logo desanimada. Mas enfim, inspirei bem fundo e pensei..."Não vale a pena cansar a minha beleza com estes detalhes. Pode ser que a comida seja tão boa, que eu esqueça o começo pouco auspicioso". Entretanto atacámos o couvert. Pão, azeitonas medianas e as manteigas da praxe. De seguida a senhora levou para a mesa duas doses generosas de migas com rojões e entrecosto e os lombinhos de porco com batatas fritas e arroz aromatizado com hortelã. E uma saladinha de pepino e tomate. E como estava tudo? As migas, de alho, estavam sobrecarregadas com o mesmo. Uma coisa é comer migas com uma dose equilibrada de alho em que se nota bem a sua presença, e posso dizer-vos que eu adoro alho, mas outra coisa é migas com doses industriais de alho mal cozinhado, ainda meio rijo. Fiquei o resto do dia, desculpem a expressão, a arrotar a alho. Fiquei completamente KO. Tanto o entrecosto como os rojões estavam demasiado cozinhados, completamente secos. Fiquei na dúvida se teriam sido feitos naquele dia, é que a carne, de aspecto, parecia requentada. Pode ter sido do excesso de cozedura, quem sabe? De qualquer forma foi muito mau. E os lombinhos? O oposto. Ficaram mal cozinhados. Havia partes da carne que estavam, a meu ver, excessivamente rosadas e eu nem lhes toquei. As partes comestíveis, eram tenras e suculentas. As batatas fritas estavam acastanhadas, demasiado fritas. A saladinha era boa, muito bem temperada, o melhor da refeição, já que não lhe posso apontar qualquer defeito. No fim, partilhámos um toucinho do céu agradável mas não memorável. Quanto ao serviço, demoraram demasiado a receber-nos e esperámos bastante tempo para que viessem à nossa mesa para receberem o pedido da conta. Aliás, nem sequer vieram. Tivemos que nos levantar e dirigir até ao bar da entrada para procedermos ao pagamento. Resumindo, o atendimento foi descuidado, e para um cliente que nem sequer ficou satisfeito com a comida, um detalhe como este mói um bocado o juízo. Combinámos não voltar, apesar do "convite" para regressarmos numa próxima oportunidade. Não obrigada! Como diria o meu companheiro de mesa,"Não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão". Devem ter reparado que esta crítica gastronómica não tem fotos como é habitual. Por vários motivos. Não levei a máquina digital, o restaurante era muito escuro e eu só tinha o telemóvel, cuja qualidade fotográfica é discutível. Mostro-vos no entanto, a factura da refeição como comprovativo da nossa presença. Até breve!
Thursday, December 11, 2014
Começa o Natal no blog...
Vamos então iniciar as hostilidades e entrar na época natalícia aqui no blog. Espero que gostem do ambiente festivo que criei para vocês. Durante este mês irei colocar posts alusivos à época, embora deva confessar que no que diz respeito a petiscos de Natal não irei apresentar novidades significativas. Há certas comidinhas que são obrigatórias e não me atrevo a mudar a tradição. Como é habitual, na nossa mesa haverá um doce, que embora não seja típico desta época, é muito apreciado pela família. Os bombons de figo e amêndoa! Receita que já vos facultei o ano passado. No entanto, achei importante escrever este post porque, contrariamente ao que sempre fiz ao longo dos anos, desta vez resolvi alterar a confecção da massa. Se lerem o post com a receita, vão reparar que a massa é cozida em lume directo. algo que sempre me causou alguns problemas. Por mais cuidado que tivesse, havia sempre um pedacinho que pegava ao tacho e queimava ligeiramente. Não ao ponto de estragar o doce, nunca ficaram verdadeiramente queimados, mas era um processo um pouco "stressante" e cansativo. Eu acabava por cozer mal a massa para evitar desastres e, sendo esta muito densa, ficava com os braços cansados de a mexer. Tive então a brilhante ideia de cozinhar a massa em banho-maria! Em tacho com água ao lume, sempre a ferver e outro por cima, com a massa, e tapado. Demora mais tempo mas fiquei descansadinha. Só tive que ir mexendo a massa de tempos a tempos para envolver tudo bem e cozinhar uniformemente. Não houve nem um pedacinho queimado! Pegar, pega sempre, porque a massa é peganhenta e gruda um bocadinho ao fundo do tacho, onde há mais calor. Deixo-vos então com esta dica para vos facilitar a vida na hora da confecção destes docinhos, que valem bem a pena.
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