Depois do doce de abóbora, o meu primeiro doce caseiro, que, devo dizer, correu muito bem, é altura de vos apresentar a minha primeira marmelada. Já a provei, ainda quente, e para já parece-me que ficou bem catita! É só deixar arrefecer e vou ferrar-lhe o dentinho, só para comprovar que está mesmo boa. Nhamm! A receita não tem segredo ou inovação. Eu gosto da marmelada a saber a marmelo e daí não ter adicionado nenhum ingrediente que pudesse mascarar o sabor do fruto. Dispensei canela, laranja e afins. Só aproveitei mesmo um limãozinho, o sumo, para dar um pouco de acidez mas foi a medo e na próxima marmelada até vou adicionar mais. Devo ter comprado 3 kg. e tal de marmelo, aproximadamente, que, depois de descascado, deu 2,300 kg de polpa. Usei 950 gr, de açucar amarelo e o sumo de limão e meio, mais uma tirinha de casca. A parte mais chatinha foi mesmo descascar o raio do fruto! E que bem fiz eu em deixar os marmelos a amadurecer depois de comprados. Penso que os adquiri uns 2 meses, mês e meio, antes da confecção do doce. Já estavam amarelinhos e a ficar com umas manchinhas na casca, por isso decidi que tinha chegado a hora de os preparar. Foi mais fácil descascá-los assim madurinhos, mesmo assim há que ter cuidado para não deixar durezas nenhumas, a zona junto ao caroço é um pouco rija. Como podem ver pelas fotos, cortei os marmelos ao meio e cada metade em 4 partes, facilitando a extração do caroço e a remoção da pele. Os pedaços que ia cortando, deixei-os de molho em água com limão para não escurecerem muito. Depois do marmelos estarem arranjados, lavei os pedaços em água corrente e coloquei-os num tacho alto e largo. Cobri com 950gr. de açucar amarelo, reguei com o sumo do limão e juntei a casquinha. Envolvi bem os ingredientes e levei a lume brando. As fotos nº5 a 9 mostram o evoluir da cozedura e como a textura se altera. Primeiro, os marmelos com o açucar a cobri-los (foto 5), antes de irem para o lume. De seguida, depois de apanhar o primeiro calorzinho, o açucar começou a derreter e a formar uma calda com o sumo do limão e os sucos da fruta (foto 6). À medida que foram cozendo, os marmelos reduziram de tamanho, perdendo água e foram ficando mais molinhos. Nesta fase havia bastante calda no tacho (foto 7). Com a cozedura já adiantada, a calda reduziu e os marmelos começaram a desfazer-se (foto 8). Foi nesta altura que fiquei junto ao tacho sem me afastar, mexendo os marmelos com frequência, pressionando com a colher de pau para desfazer bem a fruta (se tiverem um esmagador de batata, daqueles simples com cabo, usem-no). A foto 9 mostra uma fase mais adiantada, em que o doce já secou bastante e o marmelo está bem esmagado. Lembrem-se de mexer sempre o doce, senão pega, mesmo em fases iniciais, nem que seja para se irem habituando ao processo! Se lerem o post sobre o meu
doce de abóbora, percebem o resultado desastroso de pequenas distrações. Há quem use a varinha mágica para reduzir o marmelo a puré, em vez de o ir esmagando durante a cozedura. Eu prefiro a segunda opção porque sinto que controlo melhor o resultado final. Eu gosto da marmelada em puré grosso, mas com textura, com pedacinhos de fruta aqui e ali, com uma textura irregular. Entretanto, enquanto escrevia este post, o doce arrefeceu bastante e eu provei novamente. Está consistente q.b., saboroso e bastante docinho, sem ser enjoativo. Estou muito satisfeita! Se mudava alguma coisa? Da próxima vou-me atrever a reduzir um pouco mais o açucar, talvez use apenas 800 gr. e vou introduzir um pouquinho mais de sumo de limão. Agora só falta colocar a marmelada em frasquinhos e embelezar, para oferecer à família. Num próximo post vão poder ver o resultado final.Entretanto, para saberem como conservar os vossos doces em frasquinhos, visitem este
post.
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Resultado final. Para verem a marmelada dentro dos frascos, cliquem aqui. |